Assentados do Curimataú paraibano participam de dia de campo sobre a acerola

O assentamento Vazante - localizado em Tacima, município da região do Curimataú paraibano -, foi palco, do “Dia de Campo sobre a Acerola”, com participação de cerca de 80 pessoas, entre agricultores, técnicos agrícolas e representantes de entidades parceiras. O objetivo foi fortalecer a produção local com a troca de conhecimentos e de boas práticas sobre o cultivo da acerola, permitindo que os assentados diversifiquem suas culturas e aumentem sua capacidade de produção, gerando mais renda para as famílias.

O “Dia de Campo sobre a Acerola”, realizado em 7/2/2025, foi promovido pela cooperativa Natubrejo, em parceria com a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer/PB), o Banco do Nordeste (BNB), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O evento foi dividido em quatro estações: Estação BNB, com informes sobre linhas de crédito, financiamentos e regularização de dívidas; Estação Senar, com informações sobre assistência técnica; Estação Empaer, com informações técnicas sobre o cultivo da acerola, Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e crédito fundiário; e Estação UFPB, com informações sobre o manejo sanitário no cultivo da acerola.

Os participantes assistiram a palestras e a demonstrações práticas realizadas por agrônomos e especialistas da área sobre as melhores práticas para o manejo da cultura da acerola, incluindo a irrigação eficiente, a adubação e o controle de pragas e doenças de forma sustentável.

Diversificação e renda
“Esse evento é uma grande oportunidade para as famílias do nosso assentamento discutirem alternativas de cultivo e aprenderem a potencializar a produção, o que pode representar mais renda”, afirmou Maria das Graças Batista da Silva, presidente da associação do assentamento Vazante. “Vamos ampliar os nossos pomares com a produção de acerola porque ela se adapta bem à região e à produção sem agrotóxicos, além de ter uma rentabilidade boa”, acrescenta Maria.

Atualmente, a maior parte da renda das 35 famílias assentadas em Vazante já vem da comercialização de frutas, como o umbu-cajá e a goiaba, que são vendidas para a cooperativa Natubrejo. A acerola é a nova aposta dos agricultores assentados para aumentar a renda, que também é composta pela venda do excedente da produção de macaxeira / mandioca, feijão, milho e batata-doce a atravessadores. Tudo é produzido sem agrotóxicos, segundo “Dona Gracinha”, como é mais conhecida a presidente da associação do assentamento.

O presidente da cooperativa Natubrejo, Osiel Fernandes da Silva, que é filho de Dona Gracinha, destacou que a parceria entre produtores, especialistas e instituições é essencial para garantir o crescimento sustentável da agricultura na região, transformando o conhecimento em ações práticas que beneficiam toda a comunidade.

Economia e sustentabilidade
A acerola, além de ser consumida in natura, também tem ganhado destaque no mercado de sucos, polpas e produtos derivados, como geleias e doces.

Com a crescente demanda por alimentos saudáveis e ricos em nutrientes, a produção da acerola tem se mostrado uma alternativa promissora para a agricultura familiar no Nordeste do Brasil.
O evento no assentamento Vazante também discutiu a importância de se adotar práticas agrícolas sustentáveis, como o uso racional da água e a preservação do solo, considerando as características do Semiárido e os desafios impostos pela seca.

A proposta é garantir que a atividade agrícola seja não só rentável, mas também ambientalmente responsável.

Desenrola Rural
Os participantes do “Dia de Campo sobre a Acerola” ainda receberam informações sobre o Desenrola Rural - o programa de regularização de dívidas e acesso ao crédito rural para agricultores familiares, em operação desde 24 de fevereiro.

Destinado a um milhão de agricultores familiares - incluindo assentados, pescadores, quilombolas e indígenas -, o programa oferece a oportunidade de renegociar dívidas com descontos de até 96%, visando facilitar a liquidação e repactuação de débitos.

Natubrejo
A cooperativa Natubrejo tem sede na zona urbana do município de Bananeiras, próximo a Tacima, e foi criada há 15 anos para escoar a produção de assentamentos da reforma agrária e de comunidades da agricultura familiar das regiões do Brejo e do Curimataú paraibanos. A cooperativa comercializa polpas de frutas sem água e sem conservantes, além de raízes e hortaliças orgânicas para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Recentemente, a Natubrejo contou com o apoio do Sebrae e do Senai para a modernização da logomarca da cooperativa, o que impulsionou as vendas em supermercados, lanchonetes e pousadas da região.

As entregas dos alimentos comercializados pela Natubrejo são feitas com a ajuda de um veículo adquirido por meio do Projeto Cooperar, do Governo da Paraíba.“Antes a gente tinha produção e não tinha como comercializar. A gente produzia um monte de feijão-verde e não tinha para onde mandar. Agora a gente produz e já manda para os programas sociais”, afirmou o presidente Osiel Silva.

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Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB
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