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MERCOSUL
Brasil reforça compromisso com a integração regional e a democracia participativa na XLV RAADH
(Foto: Clarice Castro/MDHC)
Nesta quinta-feira (23), o Brasil sedia a 45ª Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do Mercosul (XLV RAADH), sob a Presidência Pro-Tempore Brasileira (PPTB), em Brasília (DF). O encontro reune autoridades dos países membros e associados do bloco, da Defensoria Pública da União, do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul (IPPDH), além de representantes da sociedade civil e organismos internacionais, com o objetivo de debater e fortalecer a cooperação regional em políticas de direitos humanos.
Durante a plenária, realizada no Palácio do Itamaraty, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reafirmou o compromisso do Governo do Brasil com a integração regional, o fortalecimento da democracia e a promoção dos direitos humanos como eixo central das políticas públicas e das relações multilaterais.
“Esta reunião representa um espaço fundamental de diálogo e cooperação, no qual reafirmamos os princípios que nos unem enquanto nações irmãs: a promoção e a proteção integral dos direitos humanos, o fortalecimento da democracia e a construção de sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis”, destacou.
Agenda
Um dos destaques do encontro foi a assinatura do Memorando de Entendimento entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República do Uruguai, com o propósito de estabelecer um mecanismo de diálogo bilateral por meio de projetos de cooperação técnica e política para a troca de boas práticas na promoção e defesa dos direitos humanos.A mesa de abertura também contou com a presença da secretária-executiva do MDHC, Janine Mello; da diretora-executiva do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul (IPPDH), Andressa Caldas; da secretária de Direitos Humanos da Presidência da República do Uruguai, Alejandra Collette Spinetti; da diretora-geral de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, Belén Morra; e do secretário de Direitos Humanos da Argentina, Alberto Baños.
Durante a reunião, também foram apresentados os avanços do Programa de Trabalho 2025-2026, como a retomada da proposta do Observatório de Direitos Humanos do Mercosul e relatorias das atividades conduzidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania no âmbito da XLV RAADH.
A reunião plenária ocorre após reuniões virtuais de nove comissões permanentes e seis grupos de trabalho entre os dias 7 e 17 de outubro. Cada comissão e grupo aborda um tema específico em que as discussões se dão em nível técnico, e posteriormente são elevadas para aprovação das altas autoridades na plenária.
Multilateralismo
Em seu discurso, a chefe da pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania ressaltou o papel da RAADH como uma das expressões mais consistentes do espírito integrador do Mercosul, destacando a importância da instância para a cooperação multilateral, convergência de valores e fortalecimento institucional.A ministra Macaé também destacou a relação entre direitos humanos e meio ambiente, reafirmando o compromisso do Brasil com uma agenda climática baseada em direitos e justiça social, especialmente às vésperas da COP30, que será realizada, em novembro, em Belém (PA).
“Não há direitos humanos sem meio ambiente saudável, e não há sustentabilidade sem justiça social. A crise climática é uma crise de direitos e exige respostas que articulem a proteção ambiental à promoção da equidade social”, pontuou.
Na ocasião, ela ainda ressaltou o papel do IPPDH, que completou 16 anos de atuação em 2025, e se consolida como instrumento técnico fundamental à integração regional, promovendo formação, pesquisa, comunicação e participação social. Neste ano em que também se recordam os 50 anos da Operação Condor, a ministra reiterou o compromisso do Brasil e do Mercosul com a verdade, a memória e a justiça, reforçando que as políticas de direitos humanos avancem sob a lógica da reparação, preservação das memórias e da não repetição.
“A RAADH representa a dimensão humana e democrática do projeto de integração sul-americana. Ao reafirmarmos nossa identidade regional, nos alinhamos à tradição multilateral de defesa dos direitos humanos como base para a paz, a justiça e o desenvolvimento sustentável”, analisou.
“Assim, renovamos nosso compromisso com a democracia participativa, a cooperação regional, a proteção dos direitos humanos e o fortalecimento do multilateralismo como caminho para sociedades mais justas, solidárias e inclusivas”, concluiu a ministra.
Protagonismo do Brasil
Para a diretora-executiva do IPPDH, Andressa Caldas, o encontro marcou a liderança do Brasil na retomada de espaços de diálogo social e na escolha de temas prioritários.
“A retomada nos espaços de participação social em todas as comissões permanentes, grupos de trabalho e na própria plenária, devolve o protagonismo ao Brasil, que é referência regional em instrumentos de participação, como conferências, conselhos e consultas públicas”, afirmou.
Cooperação
Em sua fala, Andressa apresentou os principais resultados do trabalho desenvolvido pelo instituto ao longo dos 16 anos, com avanços em cursos de capacitação, diagnóstico de políticas de cuidado e inclusão das perspectivas étnico-racial e de gênero nas formações e pesquisas.A diretora ainda destacou a criação de uma nova ferramenta de participação social: a Plataforma de Diálogos Sociais do IPPDH, de intercâmbio de políticas públicas. O mecanismo permitirá a organizações civis compartilhar experiências, identificar parcerias e conhecer projetos de outros países. A ferramenta busca fortalecer a colaboração regional e superar barreiras linguísticas, promovendo a educação e a integração entre as sociedades civis do Mercosul.
Programação
O Brasil realizou uma série de reuniões no contexto da RAADH. Entre as pautas prioritárias definidas pelo Brasil, estão “Direitos Humanos e Meio Ambiente” e a “Participação Social”, com debates que reforçaram a importância da cooperação entre governos.
A programação incluiu o “Conversatório de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do Mercosul com a Sociedade Civil” e dois seminários “Direitos Humanos e Meio Ambiente: Diálogo Regional” e “Lugares de Memória no marco dos 50 anos do Plano Condor”, com a participação de movimentos sociais e da RedSurca — Rede Sur de Crianças e Adolescentes, uma rede de organizações de crianças e adolescentes dos países membros e associadas ao Mercosul.
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Texto: P.V.
Edição: F.T.
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