Notícias
MEMÓRIA ANCESTRAL
MDHC e Iphan celebram parceria para valorização dos saberes tradicionais em cerimônia no Vale do Jequitinhonha (MG)
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Em cerimônia realizada no município de Minas Novas (MG) nesta quinta-feira (24), o governo federal promoveu uma série de entregas com foco no fortalecimento da educação, da cultura e da reparação histórica voltadas às populações tradicionais. O evento integra o I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola do Sudeste e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e de demais autoridades federais, estaduais e municipais.
No âmbito do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), foi celebrado um protocolo de intenções entre a pasta e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com o objetivo de formalizar um acordo de cooperação técnica para identificar, reconhecer e sinalizar locais representativos da memória das pessoas negras traficadas da África e escravizadas no Brasil. A iniciativa prevê a instalação de placas em comunidades quilombolas, territórios de povos de terreiro e de matriz africana, bem como em espaços culturais que simbolizam a resistência do povo negro no país.
“É preciso reconhecer os saberes ancestrais. Placa de patrimônio não é só para o que os colonizadores fizeram aqui. É, principalmente, para o nosso povo, que construiu esse país e esse estado no dia a dia”, afirmou a ministra Macaé Evaristo durante a cerimônia. “Essa medida é importante diante da exploração predatória que ameaça nossos territórios e apaga nossas memórias. Com essa sinalização, queremos proteger e valorizar a resistência negra que fez e faz a história do Brasil”, completou.
Patrimônio Cultural do Brasil
Outro destaque da agenda foi a entrega simbólica do título de Patrimônio Cultural do Brasil ao bem imaterial “Saberes do Rosário: Reinados, Congados e Congadas”, também fruto de parceria entre o MDHC e o Iphan. A titulação reconhece oficialmente a importância de tradições afro-brasileiras com mais de 300 anos de história, que preservam os elementos de matriz africana por meio da fé, do canto, da dança e da devoção ao rosário.
Ao celebrar o reconhecimento, a ministra saudou as guardas de congado e destacou a relevância da tradição: “Durante muito tempo, nossas guardas foram proibidas de entrar nas igrejas. Mas seguimos firmes, com louvor, dança e resistência. Essa titulação repara parte dessa história e afirma nossa existência”, ressaltou.
Os dois atos – o protocolo de intenções e a titulação do bem imaterial – foram assinados pelo presidente Lula, pela ministra Macaé Evaristo e pelo presidente do Iphan, Leandro Grass.
Leia também:
Ministra Macaé Evaristo participa da abertura da Conferência Temática População Negra LGBTQIA+
Texto: E.G.
Edição: F.T.
Atendimento exclusivo à imprensa:
imprensa@mdh.gov.br
Assessoria de Comunicação Social do MDHC
(61) 2027-3538
Acesse o canal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania no WhatsApp.