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ARTICULAÇÃO FEDERATIVA
MDHC reúne ouvidorias de todo o país para oficializar a Escuta Brasil: Rede Nacional de Ouvidorias de Direitos Humanos
(Foto: Duda Rodrigues/MDHC)
O Governo do Brasil avançou em mais um passo na defesa dos direitos humanos nesta terça-feira (2), com a presença de mais de 100 representantes de ouvidorias estaduais, municipais e de órgãos do Sistema de Justiça, em Brasília (DF), durante o Encontro Nacional de Ouvidorias de Direitos Humanos. Promovido pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), evento segue até quarta-feira (3) e consolidou um novo marco histórico da política Nacional de Direitos Humanos.
A iniciativa busca fortalecer a articulação federativa e interinstitucional das ouvidorias públicas voltadas à defesa dos direitos humanos, ampliando a capilaridade das ações e qualificando o atendimento às populações vulnerabilizadas.
Durante a cerimônia de abertura, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, assinou a portaria que oficializa a Escuta Brasil: Rede Nacional de Ouvidorias de Direitos Humanos. “Estamos estruturando uma rede de ouvidorias aprendentes e educadoras. Aprendemos umas com as outras ao socializar boas práticas e produzir soluções compartilhadas. Muitos dos desafios da política pública são semelhantes em diversos municípios e comunidades. Logo, uma boa prática estabelecida em uma região pode servir, iluminar um outro lugar, e essa troca é potente e nos fortalece mutuamente”, afirmou.Para ouvidora nacional de Direitos Humanos, Denise Antônia de Paulo, a criação da Rede representa um passo fundamental para fortalecer o diálogo entre as ouvidorias e aprimorar a resposta às demandas de direitos humanos em todo o país. “Nossa expectativa é consolidar uma rede eficiente de diálogo na perspectiva dos direitos humanos. Recebemos inúmeras ações e demandas vindas de diferentes estados e municípios. Ao articular ouvidores de direitos humanos em uma estrutura integrada, conseguimos agilizar os processos e dar respostas mais rápidas e qualificadas aos usuários dos serviços,” afirmou.
Macaé Evaristo chamou atenção para o fato de que, apenas no ano passado, o Disque 100 — canal de denúncias da ONDH — registrou mais de 657 mil denúncias de violações de direitos humanos. O número expressivo revela tanto a dimensão da violência quanto o aumento da confiança da população no serviço.“Por trás desses números, há um elemento fundamental: as pessoas voltaram a confiar. Elas só utilizam nossos canais porque percebem que estamos empenhados em responder cada caso e reconstruir a credibilidade de um serviço que, em determinado período, foi deslegitimado. Hoje, a população volta a usar, dialogar porque confiam nessa agenda e nessa pauta”, concluiu.
Além da ministra e da ouvidora nacional de Direitos Humanos, também participaram da mesa a ouvidora-geral da Presidência da República, Mariana Melo; o ouvidor-geral da Defensoria Pública da União (DPU), Gleidson Renato Martins; e o coordenador-geral de Apoio Interno à Ouvidoria do MDHC, Rui Leandro da Silva Santos.
Organização conjunta
Para o coordenador-geral de Apoio Interno à Ouvidoria do MDHC, Rui Leandro da Silva Santos, a Rede permitirá avançar na qualificação das equipes e na organização conjunta de procedimentos. “Vamos fortalecer essa rede de diálogo, promover formações, estabelecer protocolos e aprimorar nossas respostas ao cidadão brasileiro. O objetivo final é garantir que cada pessoa que procura nossos serviços receba acolhimento e encaminhamento adequado,” destacou.
O ouvidor-geral da Defensoria Pública da União (DPU), Gleidson Renato Martins, enfatizou que a criação da Rede marca a retomada de uma agenda nacional comprometida com a defesa e a promoção dos direitos humanos. “Estamos vivendo um momento histórico. A formalização da Rede representa a reconstrução de uma política pública essencial, com foco na garantia de direitos. Passamos, nos últimos anos, por um período de enfraquecimento e descontinuidade dessas políticas. Retomar essa agenda significa reafirmar o compromisso do Estado brasileiro com a proteção das pessoas — negras, idosas, mulheres, população em situação de rua, povos de terreiro, entre tantas outras,” afirmou.A formalização da Rede Escuta Brasil também representa um avanço significativo na humanização do atendimento, além do fortalecimento das ouvidorias e da proteção aos grupos que mais sofrem violações de direitos humanos. A primeira mulher indígena eleita ouvidora-geral da Defensoria Pública da Bahia e subsecretária do Fórum de Educação Inclusiva dos Povos Indígenas da Bahia, Tamikuã Pataxó, destaca: “A Rede Escuta Brasil é extremamente importante para integrar as ouvidorias e fortalecer a proteção de grupos vulnerabilizados, contribuindo para aprimorar a escuta ativa e humanizada, criando melhores condições de atuação e fortalecendo o trabalho das ouvidorias e consequentemente melhorando o atendimento à população,” afirmou.
Já para o ouvidor e médico voluntário da ONG Borboleta Azul, em Ribeirão das Neves (MG), Getúlio Ferreira, a iniciativa é um marco importante e reforça os canais de escuta e acolhimento. “A família atípica é invisível no Brasil. Temos muito a avançar: educação, saúde, habitação, transporte, acesso”, afirmou. A entidade atende 1.300 crianças autistas na Grande BH.
Pai de duas meninas autistas, Getúlio ressalta que a falta de estrutura pública adequada compromete o futuro dessas crianças e de suas famílias, considerando o momento atual histórico. “Estamos abrindo espaço para que pessoas invisibilizadas possam falar e ser ouvidas. E que das denúncias surjam ações. É assim que vamos mudar, crescer e ocupar os espaços que nos pertencem na sociedade”, concluiu.
Programação
Na quarta-feira (3), programação segue com painéis temáticos, grupos de trabalho e apresentações de experiências inovadoras, como práticas de mediação de conflitos, escuta ativa, prevenção de violências e ouvidorias itinerantes, incluindo o programa Direitos em Movimento, da própria Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Confira a programação completa aqui.
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Texto: P.V.
Edição: F.T.
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