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DIGNIDADE
“Envelhecer é um verbo no presente”: MDHC amplia ações para a pessoa idosa
(Foto: Lucas Silva/ MDHC)
Em alusão ao Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa e aos 22 anos de homologação do Estatuto da Pessoa Idosa, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) realizou, nesta quarta-feira (1º), em Brasília, o seminário “Envelhecer é um verbo no presente”. O evento contou com a participação da ministra Macaé Evaristo e segue até esta quinta-feira (2), reunindo gestores públicos, especialistas, parlamentares e representantes da sociedade civil para debater os desafios do envelhecimento no Brasil e fortalecer políticas públicas que promovam dignidade, autonomia e qualidade de vida à população idosa.
Em seu discurso na abertura do evento, a ministra Macaé Evaristo destacou o compromisso do governo federal em consolidar uma política nacional articulada para a pessoa idosa. “O envelhecimento não é algo distante, ele começa no momento em que nascemos. Desde o primeiro dia de vida, envelhecemos um pouco. Precisamos compreender que envelhecer é presente, e não apenas futuro”, enfatizou.
A ministra reforçou a importância de políticas transversais que contemplem saúde, educação, moradia e acessibilidade. “Queremos envelhecer com autonomia, com saúde e com bem viver. Para isso, é essencial que cada área de governo, da saúde à educação, do esporte à moradia, esteja comprometida com essa agenda”, acrescentou.
Ela também salientou a necessidade de combater estigmas relacionados à idade. “O envelhecimento não pode ser visto como sinônimo de perda ou incapacidade. Temos capacidade de produzir, ensinar, aprender e contribuir com a sociedade em qualquer fase da vida”, finalizou.
Pluralidade reconhecida
A secretária-executiva do MDHC, Janine Mello, ressaltou que a pauta exige olhar atento às diferentes realidades. “Precisamos de políticas que deem conta dessas diferentes experiências, seja no campo, na cidade, nas periferias, entre povos indígenas, ribeirinhos ou pessoas LGBTQIA+. Nosso desafio é garantir que todas as pessoas idosas possam envelhecer com dignidade, respeito e participação social”, destacou.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, reforçou que as políticas públicas precisam refletir a pluralidade das vivências. “Não há um único modo de envelhecer. Nosso papel é ouvir, dialogar e construir respostas que reconheçam essa diversidade”, explicou.
Alexandre também destacou que as conferências nacionais têm sido espaço de protagonismo para as pessoas idosas. “Quando criamos ambientes acolhedores, a participação cresce e a potência das pessoas idosas aparece em todas as suas dimensões. É isso que estamos vendo nas conferências municipais e estaduais.”
Segundo ele, envelhecer no presente também significa enfrentar desigualdades. “Envelhecer no presente é envelhecer com mais dignidade, respeito e direitos assegurados. É reconhecer que ainda há pessoas idosas em situação de rua, indígenas, LGBTQIA+, ribeirinhas, que precisam ter acesso a políticas específicas para suas realidades.”
Durante a abertura do evento, Alexandre da Silva anunciou novas ações desenvolvidas pela SNDPI, entre elas:
- Expansão do Programa Envelhecer nos Territórios: de 12 para 14 estados. Estima-se que inicialmente cerca de 110 mil pessoas sejam beneficiadas pela iniciativa;
- Ampliação do Viva Mais Cidadania: atuação junto a populações ribeirinhas, LGBTQIA+, em situação de rua, indígenas e comunidades tradicionais;
- Inclusão digital: novos polos do Viva Mais Cidadania Digital em Recife (PE), Piauí e Alagoas;
- Educação intergeracional e enfrentamento à violência: 300 mil HQs serão distribuídas em escolas e campanhas contra golpes;
- Viva Mais Periferia: ação inédita voltada para pessoas idosas em territórios periféricos, com próximas atividades em Belém (PA);
- Curso “Disseminadores dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa”: desenvolvido pela Assessoria de Educação e Direitos Humanos do MDHC, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), para formação contínua em direitos humanos e bem-estar, a ser lançado nos próximos dias.
Premiação
O evento também anunciou os vencedores do edital de Experiências Exitosas, que reconhece práticas inovadoras em políticas voltadas à população idosa. Entre os premiados estão:- Sistema S – Eixo 1: SESC/RS, com o programa Maturidade Ativa: Convivência que conecta e transforma;
- OSC – Eixo 1: Semear Ação (CE), com o programa Maria Joana, de cuidados domiciliares a pessoas idosas acamadas ou com limitações decorrentes de deficiência;
- OSC – Eixo 2: Sertão Vivo Instituto Cultural (BA), com a iniciativa Memória Digital da Mulher Sertaneja: oralidade, memória e ancestralidade;
- Conselhos de Direitos – Eixo 3: Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Rio de Janeiro (CEDEPI/RJ), com campanha de conscientização sobre violência contra a pessoa idosa;
- Conselhos de Direitos – Eixo 4: Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Tocantins (CEDIPI/TO), com ação de fortalecimento dos conselhos municipais de direitos.
No total, 13 experiências foram contempladas, somando investimentos de mais de R$ 700 mil.
Programação
A programação segue nesta quarta-feira (1º) com mesas de debate sobre educação, saberes populares e participação social na garantia dos direitos da pessoa idosa. Amanhã (2), a agenda inclui a mesa “Meu corpo é meu templo, meu corpo é meu mundo: afetividade e envelhecimento”, com a escritora Conceição Evaristo e a secretária nacional dos Direitos da Pessoa LGBTQIAPN+, Simmy Larrat.
O segundo dia ainda traz oficina de movimento corporal, exibição do filme CinenvelheSER e debate coletivo, encerrando o encontro com foco no fortalecimento da cultura de respeito, diversidade e inclusão no processo de envelhecer.
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Texto: E.G.
Edição: G.O.
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