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REPARAÇÃO E BEM VIVER
Ministra Macaé Evaristo defende transformação social pela equidade de gênero e raça durante Marcha das Mulheres Negras
(Foto: Clarice Castro/MDHC)
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou da Marcha das Mulheres Negras 2025 nesta terça-feira (25). Com o tema "Por Reparação e Bem Viver", a manifestação popular retorna a Brasília (DF) para reafirmar um legado de luta iniciado muito antes da histórica mobilização de 2015, quando mais de 100 mil mulheres marcharam contra o racismo, o sexismo, a violência e outras formas de opressão.
No período da manhã, durante sessão solene em homenagem à Marcha na Câmara dos Deputados, Macaé Evaristo destacou o simbolismo da data e reafirmou o compromisso do Estado com a construção de políticas com justiça racial e de gênero.
"Em 2015, a gente estava aqui marchando e advogando a laicidade do Estado, políticas públicas para a nossa população, contra o genocídio da juventude negra e por reparação. A gente chega em 2025, infelizmente com muitas dessas pautas na ordem do dia, mas trazemos um recado para o Estado brasileiro: se vocês combinaram de nos matar, nós combinamos de não morrer. Vamos transformar e fazer diferente, construindo um Estado com justiça racial para o nosso povo", afirmou.A atividade na Câmara integra a programação especial do Mês da Consciência Negra e foi requerida pelas deputadas Benedita da Silva, Carol Dartora, Dandara, Jack Rocha, Talíria Petrone, e pelo deputado Lindbergh Farias.
Legado de luta
A sessão solene ainda contou com a presença das ministras da Cultura, Margareth Menezes; da Igualdade Racial, Anielle Franco; das Mulheres, Márcia Lopes; além da representante do Comitê Nacional da Marcha, da Rede Nacional de Mulheres Negras e da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Erika Matheus; e outras autoridades e membros da sociedade civil.Em seu discurso, a ministra da Cultura enfatizou a importância da união entre as mulheres negras para a transformação social. "Nós precisamos ser vistas, respeitadas como cidadãs deste país, com todos os nossos direitos constitucionais garantidos, porque também fazemos parte da construção dessa sociedade. É por isso que marchamos: queremos chamar a atenção da sociedade brasileira, porque estamos fartas de tanta falta de consideração e respeito às nossas vidas e às vidas dos nossos", disse Margareth.
"Há 10 anos, a gente ocupava esses espaços, e hoje estamos aqui mais uma vez para dizer que sempre fomos, sempre estaremos organizadas. Essa marcha marca a reparação, o bem viver, o futuro e o sonho que a gente tanto deseja para o nosso país", complementou Anielle Franco.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, também agradeceu a quem mantém a marcha viva nos territórios, nos movimentos, nas organizações, na academia, nos coletivos, nos quilombos, nas periferias e nas instituições. "Sem vocês o Brasil não avança, e seguimos juntas pelo bem viver, pela vida e pela justiça racial e de gênero no Brasil", destacou.
Para Erika Matheus, representante da Rede Nacional de Mulheres Negras, a marcha também é pela segurança e proteção. "Que as nossas encruzilhadas também possam ser projetos de possibilidades e de horizontes para que as nossas identidades sejam efetivamente acolhidas. Já temos provas o suficiente de que se uma de nós não está a salvo, nenhuma de nós está. A democracia só é plena quando cada uma de nós está efetivamente sendo vista, contemplada, acolhida e, finalmente, salva", defendeu.
21 dias de ativismo
Ainda durante a cerimônia, teve início o trajeto da Marcha das Mulheres Negras 2025 pela Esplanada dos Ministérios, com shows e atividades coletivas. A atividade integra as ações dos 21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, entre 20 de novembro e 10 de dezembro.As mulheres negras são a maioria da população feminina brasileira, mas seguem sendo as mais impactadas pelas desigualdades: têm os menores rendimentos, as condições de trabalho mais precarizadas, sofrem mais violência, inclusive com as maiores taxas de feminicídio, e enfrentam diariamente expressões do racismo estrutural e institucional.
Ao mesmo tempo, são também as que sustentam a vida, organizam as comunidades e lideram processos de transformação social, seja nas lutas por moradia, por educação, por cultura, contra a violência policial e em defesa do meio ambiente.
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Texto: P.V.
Edição: F.T.
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