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MEMÓRIA AFROBRASILEIRA
Ministra defende diálogo com países africanos para resgate da memória afrobrasileira e combate ao racismo religioso
Macaé Evaristo esteve com a coordenadora nacional da Renafro, Mãe Nilce de Iansã, e outros integrantes da entidade (Foto: Raul Lansky/MDHC)
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou de reuniões com a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e com representantes da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), nesta quarta-feira (30), que abordaram formas de resgate da memória afro-brasileira e a proteção dos povos de terreiro no país.
Na UniRIO, Macaé Evaristo teve encontro com professores na reitoria da universidade, onde discutiram estratégias para educação em direitos humanos, memorialização dos saberes tradicionais e de espaços de resistência afrodescente e defesa dos direitos dos povos de terreiros e de matriz africana. O encontro também discutiu a criação de políticas de proteção de direitos humanos, enfrentamento à discriminação e assédio no ambiente universitário.
Para destacar a importância de resgatar a memória sobre o tráfico transatlântico a titular do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) contou sobre a missão oficial da qual fez parte em São Tomé e Príncipe, em julho deste ano, por ocasião do 50º aniversário da independência do país africano.“Eles têm uma documentação extensa sobre o tráfico transatlântico. E o que se entende é que pelo menos 50% da população africana que foi traficada para o Brasil passou o São Tomé e Príncipe, porque era um porto de intermediação. Então, boa parte desse tráfico, dessa história, está lá. Mas não está sendo trabalhado e cuidado, porque o país não tem condições objetivas e materiais de fazer isso”, disse.
O tema é abordado atualmente pela Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET) do MDHC.
Macaé Evaristo ressaltou que é preciso ampliar o diálogo e o compartilhamento de documentação das memórias da população afrodescendente junto aos países africanos também no meio acadêmico. “O que se faz aqui na universidade, tem um impacto muito importante para os movimentos sociais, mas também para a gente pensar política. A gente tá falando de enfretamento à violência e do racismo religioso, e de um aspecto da museologia dos terreiros”, pontuou.
Respeite o meu Terreiro
A titular do MDHC também esteve reunida com representantes da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Na ocasião, o assunto foi o lançamento da pesquisa “Respeite o meu Terreiro” e outras pautas correlatas, junto à Defensoria Pública da União (DPU).Trata-se de um questionário digital destinado aos dirigentes dos terreiros brasileiros, com o objetivo de identificar agressões racistas aos espaços e povos dos terreiros afrobrasileiros. A iniciativa faz parte do Projeto “Respeite meu terreiro: Racismo religioso contra os povos tradicionais de religiões de matriz africana no Brasil”, realizado pela Coordenação de Liberdade Religiosa (CGLIB), do MDHC, em parceria com a Renafro, o Terreiro Ilê Omolu Oxum e o Laboratório de Museologia Experimental (LAMEX)/Grupo de pesquisa Museologia Experimental e Imagem (MEI), da UniRio.
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Texto: R.M.
Edição: L.M.
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