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CINEMA E DH
Mostra de Cinema e Direitos Humanos encerra edição 2025 em Belo Horizonte com homenagem à cineasta indígena Sueli Maxakali
(Foto: Raul Lansky/MDHC)
A 15ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos (MCDH), uma das mais longevas iniciativas do Governo do Brasil na interseção entre cultura, educação e direitos humanos, realizou o encerramento da edição em Belo Horizonte (MG) nesta quinta-feira (4). Promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), a Mostra deste ano realizou aberturas simultâneas em 12 capitais e reafirmou o compromisso da política pública de ampliar o acesso ao audiovisual como instrumento de formação, participação social e reconhecimento da diversidade brasileira.
A solenidade de encerramento contou com a presença da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e homenageou a cineasta indígena Sueli Maxakali, liderança Tikmũ’ũn, professora, multiartista e doutora por Notório Saber pela UFMG.
Formação cidadã pela arte
Durante a cerimônia, a ministra Macaé Evaristo ressaltou a importância da Mostra como espaço de sensibilização, diversidade e fortalecimento da democracia. “A arte tem papel fundamental na nossa formação. A Mostra de Cinema e Direitos Humanos nos ajuda a ampliar o olhar para as pluralidades de situações, pessoas e modos de existir do nosso país, sempre com foco na dignidade humana”, ressaltou.Macaé ainda destacou a diversidade das produções exibidas, que fortalecem narrativas de diferentes territórios e experiências. “É maravilhoso ter cineastas indígenas, negros e das periferias urbanas trazendo olhares potentes sobre democracia e sobre quem somos como povo brasileiro”, disse.
A ministra lembrou que a edição de 2025 destacou o tema da emergência climática. “A Mostra nos provoca a pensar caminhos possíveis para um futuro em que todas as espécies sejam tratadas com dignidade e em que o planeta sobreviva. Termina uma edição, e já pensamos na próxima”, destacou Macaé.
Homenageada
Protagonista da solenidade, a cineasta Sueli Maxakali celebrou a exibição de seu filme “Yong Tak, Meu Pai Caiuá” e ressaltou a importância do audiovisual para a luta e a memória dos povos indígenas. “Fico muito feliz de ver meu filme aqui. Para nós, mulheres indígenas, é importante ocupar esses espaços, mostrar nossa luta contra a violência e o preconceito”, ressaltou.“Direitos humanos e nossa cultura caminham juntos. O cinema mostra que nossa cultura está viva, que temos sabedoria, que lutamos para reflorestar nossos territórios e contar nossa história”, complementou a cineasta.
Ela lembrou, ainda, que seu pai sofreu deslocamento forçado durante a ditadura militar, tema que atravessa o filme. “É muito emocionante ver essa memória na tela. Os direitos humanos nasceram da luta — e nós, povo Maxakali, também”, reforçou.
Cultura e educação em direitos humanos
A coordenadora-geral de Cultura em Direitos Humanos e Mídias Digitais do MDHC, Miriam Alves, reforçou o caráter estratégico da Mostra. “O cinema em direitos humanos é uma ferramenta fundamental para promover educação, cultura e participação social. A Mostra alcança todos os estados e integra oficinas e debates que fortalecem a política pública no país”, ressaltou.Ainda durante a cerimônia, a coordenadora-geral da 15ª edição da MCDH, Samantha Capdeville, explicou que a curadoria priorizou filmes de cineastas indígenas, quilombolas e de grupos diretamente afetados pela emergência climática. “É importante que essa pauta esteja também no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A mostra valoriza o cinema brasileiro e entende o audiovisual como ferramenta de transformação, não apenas entretenimento”, destacou.
Ela ressaltou que a Mostra exerce papel importante na cadeia produtiva do audiovisual ao estimular a formação de público e ampliar espaços de exibição. “Somente 8% dos filmes brasileiros chegam ao circuito comercial. A Mostra contribui para que produções diversas e de grande relevância social encontrem seu público”.
A Mostra
Realizada em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), por meio do Curso de Cinema e Audiovisual, a 15ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos conta com a exibição de 21 filmes produzidos por cineastas indígenas, quilombolas e ribeirinhos, distribuídos em quatro sessões temáticas.Além de Belo Horizonte, esta edição, com o tema “Direitos Humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, aconteceu em Brasília (DF), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Belém (PA), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), recebem a mostra até a próxima quarta-feira (10).
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Texto: E.G.
Edição: F.T.
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