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PESSOA IDOSA
MDHC debate desafios do envelhecimento da população negra em evento na Unicamp
(Imagem: Divulgação)
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, esteve presente, nesta quinta-feira (31), em Campinas (SP), no IV Geronto Meeting, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Representando a pasta, o secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, compôs a mesa-redonda “O Cuidar nas Intersecções” com a palestra ”População Idosa Negra”.
O encontro teve como tema central “Envelhecimento e cuidado: integração ensino, serviço e comunidade”, com o objetivo de promover o diálogo entre universidade, serviços de saúde e sociedade, sendo um espaço de reflexão sobre políticas públicas, produção científica e experiências de cuidado no contexto do envelhecimento populacional.
Intersecções do envelhecimento
Em sua exposição, Alexandre da Silva refletiu sobre os impactos históricos do racismo estrutural no envelhecimento da população negra, apontando desigualdades persistentes no acesso a políticas públicas de saúde, previdência, assistência e proteção social. “Envelhecer, hoje, no nosso país, pode seguir dois caminhos: uma trajetória de muitas oportunidades — onde a pessoa aprende, constrói, se relaciona — ou uma estrada nunca cuidada, que começa ainda no pré-natal das mães negras”, afirmou.O secretário ressaltou que o racismo estrutural e as desigualdades sociais moldam diretamente as possibilidades de envelhecimento da população negra. “Quando a gente vai falar da população negra, que é 54% do total de brasileiros, essa maioria desaparece com o envelhecimento”, disse.
De acordo com ele, fatores como cor da pele, renda, gênero, escolaridade e território se somam para determinar o tipo de velhice que será vivida. “Embora tenhamos um processo de feminização da velhice, mulheres negras vivem muito pior do que mulheres brancas. E muitos homens negros sequer envelhecem, vítimas de mortes evitáveis, injustas, desnecessárias”, alertou.
Ações do MDHC
Durante sua participação, o secretário nacional destacou ainda iniciativas em andamento no MDHC para enfrentar essas desigualdades. “Temos o programa Envelhecer nos Territórios, que atua em áreas onde o envelhecimento ocorre em piores condições, muitas vezes com alta presença de população negra”, afirmou.
Ele também mencionou o projeto Viva Mais Cidadania, voltado a grupos sob múltiplas vulnerabilidades, e os editais do ministério para o fomento de boas práticas nas periferias e povos e comunidades tradicionais.
Além do secretário Alexandre, a mesa de debate contou com o professor da Unicamp doutor André Fattori, que abordou a temática da população idosa LGBTQIAP+; e o doutorando em Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Gabriel Vinícius Reis de Queiroz, que discutiu o envelhecimento no contexto da ruralização. A mediação foi da professora da Unicamp, doutora Elisdete de Jesus.
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Texto: E.G.
Edição: L.M.
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