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Lideranças do Mercosul aprovam guia de arquivos com documentos sobre ações governos repressivos
“Essa ferramenta é importantíssima para o que temos como objetivo que é constituir memória, verdade e justiça no Brasil”, disse a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). O software, desenvolvido pelo Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos (IPPDH), reúne 147 fundos documentais de 63 instituições diferentes dos países do Mercosul.
O guia segue padrões internacionais de arquivamento e estará disponível para pesquisadores até o final do mês. O sistema, via web, oferece fontes bibliográficas e audiovisuais, além de informações detalhadas sobre os documentos. De acordo com o IPPDH, os arquivos serão digitalizados e publicados na íntegra, conforme a evolução do processo.
Cooperação multilateral
A ministra Maria do Rosário também propôs na RAADH um acordo de cooperação para compartilhamento amplo dos arquivos que se relacionem a graves violações aos Direitos Humanos, especialmente dos períodos das ditaduras civis-militares envolvidas na Operação Condor.
Rosário disse que juntamente com a coordenadora da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Cardoso, considera fundamental esse compartilhamento de informações para o esclarecimento dos crimes cometidos nesse período. “O Brasil está se dedicando ao tema da Operação Condor”, afirmou a ministra.
A proposta de acordo será articulada entre os países para ser apresentada e debatida na próxima Reunião das Altas Autoridades Competentes em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul (RAADH), que acontecerá na Venezuela. O país governado por Nicolás Maduro assumirá a presidência pró-tempore do Mercosul no segundo semestre, portanto sendo sede das atividades envolvendo o bloco.
Trabalhos da CNV elogiados
Os avanços proporcionados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) do Brasil foram saudados por diversos integrantes da RAADH. “Peço que todos os países contribuam com a Comissão da Verdade do Brasil. Ela merece todo o nosso apoio”, disse Federico Villegas, representante da Argentina. As lideranças em Direitos Humanos do Chile, Peru e Uruguai também destacaram os trabalhos da CNV.