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Luislinda Valois critica discriminação contra as religiões de Matriz Africana
Foto: Luiz Alves
Ao tomar posse na Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), na última quarta-feira (6/7), a desembargadora Luislinda Valois destacou o seu compromisso com os direitos da população negra, incluindo a defesa dos povos de terreiro e das religiões de matriz africana. Em seu discurso, a secretária criticou decisão do Comitê Olímpico Brasileiro de não incluir essas religiões no Espaço Ecumênico, que foi criado na Vila Olímpica para a prática de cultos durante os Jogos no Rio de Janeiro. Ao discursar, no final da cerimônia, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou que o Ministério vai solicitar ao COB que reveja sua decisão e assegure o uso do Espaço por essas religiões, ressaltando que os Jogos Olímpicos também representam um momento de inclusão e celebração da diversidade entre povos.
A secretária Luislinda Valois disse esperar uma nova orientação do Comitê, que inicialmente liberou os cultos aos praticantes do cristianismo, hinduísmo, budismo, islamismo e judaísmo. Ela afirmou que o Brasil é um Estado laico e que todas as crenças e práticas religiosas devem ser respeitadas. A atitude do COB é, segundo ela, mais um exemplo de discriminação contra essas religiões, que têm sido alvo do crime de intolerância religiosa. "São cada vez mais comuns os ataques aos locais sagrados, com a destruição de imagens e terreiros em todo o país”, afirmou.
A titular da Seppir lembrou que os atos de racismo de cunho religioso, cultural e ambiental contra a integridade física e material das tradições de matriz africana e de suas pessoas são crimes que atentam contra a igualdade racial, a identidade e a memória da população negra .