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MEMÓRIA E VERDADE
Inauguração da nova Casa da Tia Ciata representa preservação do legado e da memória de figura central na cultura afro-brasileira
(Foto: Divulgação)
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) realizou, no dia 26 de setembro, a inauguração da nova Casa da Tia Ciata, localizada na região do Rio de Janeiro (RJ) conhecida como Pequena África. O espaço simboliza a preservação do legado e da memória de Tia Ciata, figura central na história do samba e na cultura afro-brasileira, reconhecida pelo acolhimento de pessoas e incentivo à música, à gastronomia e à educação em sua comunidade.
A inauguração faz parte de um acordo de cooperação entre o MDHC, por meio da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas, a Organização Remanescentes de Tia Ciata (ORTC) e a Fundação Banco do Brasil. A parceria estabelece ações voltadas à valorização da cultura africana e afro-brasileira, à capacitação em diversas esferas de atuação e ao incentivo de projetos sociais na região.De acordo com Hamilton Pereira, chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade (ADMV) substituto, a entrega reforça o compromisso do Governo do Brasil com a valorização afro-brasileira, a preservação da memória histórica, e a promoção de ações educativas e sociais, garantindo que o legado de Tia Ciata continue a inspirar gerações futuras e a manter viva a história da Pequena África.
"Mais que um gesto que encerra em si a resistência das culturas populares — do Jongo, do Samba, das manifestações religiosas de matriz africana —, a determinação de afirmar-se como memória e projetar-se como futuro. Para que não nos afastemos do nosso rosto como povo e como nação", destacou.
Estiveram presentes, além de Hamilton Pereira, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; o presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Morais; o representante da Fundação Palmares, Eliel Moura; e diversas instituições da sociedade civil.
Cerimônia de inauguração
O casarão histórico de 500 m², localizado no centro do Rio de Janeiro, e dedicado à memória de Tia Ciata e à cultura do samba, passou por um minucioso processo de restauração com o objetivo de preservar seu valor histórico, cultural e simbólico para o povo brasileiro. A nova Casa de Tia Ciata foi oficialmente inaugurada em um evento cheio de significados, que incluiu um cortejo ancestral de baianas ao som de pontos de Umbanda e Candomblé, traçando o percurso entre a antiga residência — de apenas 27m² — até a atual edificação de três andares, agora pronta para acolher ações de memória, arte, educação e cultura afro-brasileira.A celebração ainda contou com apresentações de jongo, capoeira e grupos de percussão, além de uma rica experiência gastronômica com pratos típicos da culinária africana e afro-brasileira, uma homenagem viva à tradição de acolhimento, partilha e resistência que Tia Ciata cultivava em sua casa original.
Uma roda de samba também reafirmou o legado de Tia Ciata como grande articuladora da cultura popular e referência na formação do samba como patrimônio imaterial do Brasil. O evento marcou não apenas a reabertura física do espaço, mas o fortalecimento de um território de afeto, luta, celebração e construção coletiva da memória negra no coração da Pequena África.
Consolidação da memória
Durante o evento, Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata e gestora da Casa, reforçou a importância do novo espaço que resgata e valoriza a trajetória da matriarca e as múltiplas facetas de sua atuação como líder comunitária, incentivadora da cultura, acolhedora de crianças e promotora de inclusão social.
"Aqui vai ser o centro de referência da memória da Tia Ciata. Estamos conectando passado, presente e futuro, garantindo que todos compreendam o valor do seu legado. Este espaço capacitará pessoas, promovendo cultura, educação e cidadania", destacou.
Dentre as diversas atividades que serão oferecidas na nova Casa, estão cursos de dança, escrita, costura, gastronomia, além de oficinas artísticas e culturais. Trata-se da consolidação de um centro de referência vivo, capaz de unir preservação da memória, formação de novos talentos e fortalecimento comunitário.
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Edição: F.T.
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