Notícias
ACOLHIMENTO NO BRASIL
Levantamento inédito de perfil dos repatriados dos EUA: maioria tem planos de reinserção socioeconômica
Entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o Brasil recebeu 680 pessoas repatriadas em sete operações organizadas pelo Governo Federal (Foto: Raul Lansky/MDHC)
Entre os meses de fevereiro e maio deste ano, o Brasil recebeu 680 pessoas repatriadas em sete operações organizadas pelo Governo Federal, com foco no retorno seguro de brasileiros em situação de vulnerabilidade no exterior, principalmente nos Estados Unidos. A maioria dos repatriados é jovem, com idades entre 18 e 49 anos, e expressa o desejo de se reinserir no mercado de trabalho ou voltar a estudar.
As operações foram realizadas nos dias 7 e 21 de fevereiro, 15 e 28 de março, 11 e 25 de abril e 9 de maio sob a coordenação de diferentes órgãos federais. Do total de repatriados, 526 são homens, 142 mulheres e 12 não tiveram o gênero informado. A faixa etária mais prevalente é a de 18 a 29 anos (34,33%), seguida de 30 a 39 anos (29,84%) e de 40 a 49 anos (23,69%).
O levantamento foi feito pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) a partir de dados compilados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Reintegração social e acolhimento imediato
Na chegada ao Brasil, os repatriados foram recebidos com uma estrutura de acolhimento montada pelo MDHC, que inclui alimentação, kits de higiene e apoio psicossocial. De acordo com os dados, 83,72% das pessoas chegaram sozinhas, enquanto 16,28% estavam acompanhadas de familiares.Após o desembarque, 56,99% foram acolhidas por familiares, 33,03% seguiram para casa própria, 3,23% ficaram em residências de amigos.
O MDHC também realizou encaminhamentos para outros órgãos, como a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Sistema Único de Saúde (SUS), e a rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), do MDS. Em casos de acolhimento especializado — como pessoas com deficiência, população LGBTQIA+ e idosos —, os atendimentos são direcionados dentro do próprio MDHC.
Estados de destino
Minas Gerais foi o estado que mais recebeu repatriados, com 310 pessoas, o que representa 47,55% do total. Em seguida, estão Rondônia com 74, São Paulo com 57, Goiás com 40 e Pará com 37. Outros estados, como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal e Santa Catarina, também figuram como destino dos repatriados.
Planos para o futuro
Segundo levantamento do MDHC, 70,63% dos repatriados pretendem trabalhar no Brasil, enquanto 19,64% desejam conciliar trabalho e estudo. Outros 6,60% têm como objetivo dedicar-se exclusivamente aos estudos. A escolaridade dos repatriados é diversificada, com predominância do ensino médio completo ou incompleto.
Perfil migratório e situação nos EUA
Grande parte das pessoas repatriadas morou por períodos curtos nos Estados Unidos, especialmente nos estados do Texas, Massachusetts, Flórida e Nova Jersey — regiões que concentram comunidades brasileiras migrantes. O levantamento aponta que 75,70% trabalhavam mais de oito horas por dia em contextos muitas vezes precarizados. Outros 11,25% relataram não trabalhar nem estudar, e 5,12% atuavam em jornadas inferiores a oito horas. Há, ainda, 5,37% que conciliavam estudos com trabalho, e 2,56% dedicavam-se apenas aos estudos.Em relação a laços familiares no exterior, 38,80% não deixaram parentes nos Estados Unidos. Por outro lado, 23,16% afirmaram ter deixado ao menos um familiar, e 12,58% relataram ter deixado cinco ou mais parentes no país.
Outras ações
Além das ações emergenciais de acolhimento, o MDHC trabalha na construção de estratégias de médio e longo prazo, com foco na inserção econômica dos repatriados. A pasta está em diálogo com empresas interessadas em realizar contratações, de modo a garantir uma reintegração sustentável e digna dessas pessoas à sociedade brasileira.
As informações coletadas durante o processo de repatriação também estão sendo sistematizadas para subsidiar futuras ações de acompanhamento e políticas públicas voltadas ao tema.
Atribuições dos órgãos e instituições parceiras
A ação interinstitucional, coordenada pelo MDHC, conta com a participação de diversos órgãos federais, estaduais e internacionais. São eles:MDHC: coordenação geral da operação, articulação entre os demais envolvidos e criação da seção “Brasileiros Repatriados” no aplicativo Clique Cidadania, contendo informações e orientações específicas sobre esse público, seus direitos e como acessá-los.
MDS: triagem pelas equipes de assistência social e coordenação do operacional no acolhimento.
MS: atendimento médico e psicológico.
MRE: articulação com governo dos EUA e acompanhamento de representantes da embaixada dos EUA.
MJ/PF: operação especial para agilizar os processos de imigração e acompanhamento da situação de passageiros com cometimento de delitos.
MD/FAB: disponibilização de voo para deslocamento dos passageiros até MG.
DPU: monitoramento de situações de violação de DH.
Juizado de Menores: resolução de situações de documentação ausente para viagens de menores.
Fraport e BH Airport: disponibilização do espaço de acolhimento e suporte logístico.
Governo dos estados do CE e MG – Secretarias de DH e Assistência Social: disponibilização de equipe de apoio, kit lanche e kit higiene pessoal e abrigamento para casos necessários.
Organização Internacional para as Migrações (OIM): disponibilização de formulário e auxílio na triagem dos passageiros.
Leia também:
Governo Federal recebe 68 repatriados em Fortaleza e Confins com ampla estrutura de acolhimento
Atendimento exclusivo à imprensa:
imprensa@mdh.gov.br
Assessoria de Comunicação Social do MDHC
(61) 2027-3538
(61) 9558-9277 - WhatsApp exclusivo para relacionamento com a imprensa


