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JUNHO VIOLETA
Convivência entre gerações previne violência contra pessoas idosas e adoecimento, avalia especialista do MDHC
Campanha faz alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia 15 de junho (Imagem: MDHC)
Neste Junho Violeta 2025, o Ministério dos Direitos Humanos (MDHC) se dedica à divulgação da campanha “Entre Gerações - Laços que Protegem”, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia 15 de junho. A pasta busca disseminar a importância da troca entre gerações como ferramenta de enfrentamento às violações de direitos humanos das pessoas idosas.
A coordenadora-geral de Políticas para Convivência Familiar e Comunitária da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e psicóloga, Lorena Batista Dantas de Lucena, avalia que romper com a lógica da exclusão da pessoa idosa do convívio familiar e comunitário significa reconhecer seu lugar como sujeito de direitos e como detentora de saberes e experiências fundamentais para a construção da identidade coletiva. “Essa convivência contribui para a valorização da experiência acumulada e da memória familiar e comunitária, estimulando o respeito mútuo e o aprendizado recíproco entre diferentes faixas etárias. Além disso, é um caminho para enfrentar diversas formas de violência contra as pessoas idosas, entre elas o abandono, a negligência e a exclusão afetiva”, destaca.
Lorena Lucena explica que incentivar políticas públicas e ações comunitárias que fomentem a convivência intergeracional nas famílias é fundamental para transformar realidades marcadas pela exclusão etária. “A aproximação entre gerações não apenas protege as pessoas idosas, mas também educa as pessoas mais jovens para um envelhecimento digno e participativo. Trata-se, portanto, de um compromisso coletivo com a justiça geracional e com a construção de uma sociedade mais humanizada”, complementa.
Acesse as peças da campanha “Entre Gerações - Laços que Protegem” e saiba mais
Convivência familiar e comunitária
Ainda segundo a psicóloga, no Brasil, o envelhecimento tem sido frequentemente marcado pelo isolamento social, que atinge milhares de pessoas idosas e se reflete nos altos índices de depressão nessa faixa etária. “Trata-se de um sofrimento muitas vezes naturalizado, como se fosse próprio da velhice, quando, na verdade, é expressão de um adoecimento social que precisa ser enfrentado com responsabilidade coletiva”, reforça.
Diante disso, a convivência entre gerações é uma poderosa estratégia de proteção e promoção de saúde, enfatiza Lorena de Lucena. “O compartilhamento do cotidiano entre avós, filhos e netos fortalece os vínculos afetivos e favorece o reconhecimento do papel social da pessoa idosa, combatendo o isolamento, a invisibilidade e os estigmas associados ao envelhecimento”, complementa.
A coordenadora-geral de Políticas para Convivência Familiar e Comunitária ressalta que a valorização da presença ativa de pessoas idosas nos espaços sociais ressignifica o envelhecimento como um processo digno, participativo e saudável. De acordo com ela, investir na convivência intergeracional é investir em pertencimento. “É reconhecer que o cuidado é um caminho de mão dupla e que toda geração tem algo a oferecer — e a aprender — com as demais. Essa reciprocidade fortalece não só os vínculos familiares, mas também os alicerces de uma sociedade mais justa e respeitosa com todas as idades, além de assegurar o direito de todas as pessoas a envelhecer com dignidade”, finaliza.
Gibi da Turma da Mônica
A importância das trocas intergeracionais é abordada de forma didática na revista em quadrinhos da Turma da Mônica, lançado em março, fruto de parceria entre a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPDI) do MDHC e o Instituto Maurício de Sousa.
Na Revista em Quadrinhos intitulada “Intergeracionalidade”, a jovem Xábeu vive um conflito com a sua avó, chamada Xepa, que não aceita alguns de seus comportamentos e vestimentas. O enredo, que conta com a participação do personagem Xaveco, sua mãe, Dona Xarlene e do conhecido Cebolinha, ensina, de forma leve e divertida, como o convívio entre pessoas de diversas idades estimula o desenvolvimento do respeito e o afeto nas relações.
Trocas intergeracionais
Silvia Helena de Amorim Oliveira foi aprovada este ano no programa 60 mais - Processo Seletivo para preenchimento de vagas extraordinárias destinadas às Pessoas Idosas nos Cursos de Graduação da Universidade de Brasília (UNB) para o curso de Turismo. Ela conta que conviver com pessoas de diferentes idades nas aulas tem tido impacto positivo em sua vida. “Para mim foi maravilhoso voltar para a universidade. Foi um renascer, para minha vida, aos 65 anos, ter esse convívio”, afirma.
A estudante, que já é formada em direito, considera que a socialização com pessoas mais jovens produz transformações. “É uma convivência que a gente vai aprendendo aos poucos com as pessoas jovens e socializando. Às vezes, a gente nota que algumas pessoas não aceitam a nossa presença. Mas com o tempo, com a convivência na sala de aula, tudo muda”, relata.
Na outra ponta, a aluna do curso de Artes Visuais, Ana Rabelo, de 23 anos, conta que a rotina diária com a tia idosa, com quem ela mora em Brasília, é uma oportunidade de fortalecer conexões e memórias. “É nesse contato de pessoas mais velhas com pessoas mais novas que se constrói memórias das tradições, ambientes, histórias e raízes”, diz.
Ana afirma que conhecer a trajetória da tia é fonte de inspiração. “Com a minha tia eu aprendo a ter liberdade. Ela viajou o mundo. Foi em busca do que realmente queria do trabalho, da carreira e conseguiu. E depois foi viajar. Ela tem muitas histórias, muitas fotos e muitas vivências”, conta.
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Texto: R.M.
Edição: L.M.
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