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Resultado parcial de análise das ossadas de Perus é apresentado aos familiares de mortos e desaparecidos políticos
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Ideli Salvatti, participou nesta sexta-feira (12), em São Paulo (SP), de audiência pública com familiares de mortos de desaparecidos políticos. Durante o encontro, foram anunciados os resultados parciais das análises realizadas nas ossadas encontradas na Vala Clandestina do Cemitério Dom Bosco, no Bairro de Perus, na capital paulista.
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da RepúblicaSDH/PR
A retomada das análises é fruto de anos de empenho de familiares de mortos e desaparecidos políticos que, ao longo deste tempo, cobram do Estado esforços de reparação às vítimas das graves violações de Direitos Humanos ocorridas durante a ditadura civil-militar de 1964. A retomada das análises é uma das prioridades da ministra Ideli Salvatti. “O sentido de urgência nessas buscas se dá em respeito aos familiares, para que este luto seja encerrado”, destacou.
Nesse sentido, pesquisadores realizam, desde julho, uma sistemática e exaustiva compilação de informações de fontes escritas e audiovisuais sobre a ditadura civil-militar brasileira, o Cemitério Dom Bosco e a estrutura da repressão em São Paulo. A partir dessas informações, foi possível definir os nomes das vítimas inumadas no cemitério, particularmente na Vala Clandestina, assim como reunir dados fundamentais para o desenvolvimento das análises antropológicas.
Após os exames antropológicos, o material genético coletado foi encaminhado a laboratórios especializados para a elaboração de perfil genético das ossadas. Estima-se que as etapas de lavagem, secagem, catalogação, triagem e análise genética sejam conduzidas ao longo do próximo ano.
Perus – A vala clandestina de Perus foi aberta em 1990. Nela, foram encontradas 1.049 ossadas, dentre as quais estariam os restos mortais de desaparecidos políticos da ditadura civil-militar, indigentes e vítimas de grupos de extermínio. Na primeira fase do trabalho de retomada da identificação das ossadas foram investidos R$ 2,4 milhões. Este valor foi destinado à contração dos peritos e ao aluguel do espaço utilizado para a realização das análises dos restos mortais.
Assessoria de Comunicação Social