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03/10 – Violência domina noticiário da mídia nacional sobre mulheres
referentes à mulher. D
Marisa Sanematsu,pesquisadora e editora-chefe da Agência Patrícia Galvão, considera que há uma cobertura importante e significativa, quando mais de 20% das 1.506 matérias pesquisadas sobre violência tiveram chamadas nas capas dos veículos. "A violência doméstica é um dos temas mais abordados, visto como um crime, não mais como uma coisa privada”, comemora.
Apesquisadora afirma que "não falta quantidade, mas falta qualidade. Isso porque as matérias têm enfoque policial, privilegiando abordagem individual do caso, presente em 73,78% das notícias analisadas. Até mesmo as chamadas nas capas têm apelo sensacionalista” relata.
COBERTURA - "A violência não é problematizada e contextualizada, não é vista como algo que tem a ver com políticas públicas e legislação. A cobertura é pouco crítica. Quase 96% dos textos não fazem referência a serviços de denúncia ou atendimento às vítimas de violência, enquanto mais de 86,67% das notícias não mencionam nenhuma das legislações existentes na área. Apenas 2,13% das notícias sobre o assunto abordaram políticas públicas”, informa.
Segundo a pesquisadora, outro problema diz respeito à Lei Maria da Penha, muito citada, mas de conteúdo ainda pouco conhecido."À mídia falta fazer seu papel de fiscalizador, crítico do Estado e prestar serviço, indicando locais onde as mulheres possam denunciar e procurar ajuda”, diz.
Monitoramento da Cobertura Jornalística como Estratégia para a Promoção da Equidade de Gênero’pela Andi, pelo Instituto Patrícia Galvão e Observatório Brasil da Igualdade de Gênero.
O monitoramento analisou a cobertura de 16 jornais de todas as regiões brasileiras em 2010 – quatro deles com circulação nacional –, observando os temas Mulheres e Política, Mulheres e Trabalho e Violência Contra as Mulheres.