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14/10 – Goianas defendem a criação de Secretarias Municipais da Mulher
A 3ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres de Goiás foi realizada neste final de semana, com início na sexta- feira, 14, e teve a participação de 800 mulheres de todos os municípios goianos, além da secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Rosana Ramos, do governador do Estado, Marconi Perillo e da secretária de Estado de Políticas para as Mulheres e Promoção da Igualdade Racial, Gláucia Teodoro Reis.
Em seu pronunciamento, na abertura do evento, Rosana Ramos lembrou o papel e a importância das Conferências neste novo momento do país, favorável para as mulheres com a eleição da presidenta Dilma Roussef.
“As pessoas estão comentando que agora as mulheres podem. Mas costumo dizer que a eleição da presidenta abriu uma brecha histórica para que a gente possa criar instrumentos e políticas que ajudem a diminuir as desigualdades entre mulheres e homens, principalmente no mundo do trabalho e nos espaços de poder e decisão”, afirmou.
NOBEL – O governador Marconi Perillo citou a primeira africana a receber o prêmio Nobel da Paz, Uangari Matai, para destacar a necessidade do trabalho entre os governos e a comunidade na luta pela igualdade.
“Quero lembrar, hoje, nesta manhã, suas palavras proféticas no discurso de recebimento do Nobel da Paz de 2004, para expressar meu respeito e admiração pelo jeito feminino de atuar. Uangari Matai disse então: ‘Comunidades inteiras chegam ao entendimento de que, enquanto é necessário cobrar responsabilidades dos seus governos, é igualmente importante que, nos seus próprios relacionamentos, pratiquem os valores da liderança que desejam ver nos seus líderes, como os de justiça, integridade e credibilidade’”, parafraseou.
AUTONOMIA - Após a abertura, a secretária executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República falou, na palestra magna, sobre a importância da criação de um programa para autonomia das mulheres e a busca da igualdade entre gêneros. "As mulheres são mais afetadas pela pobreza, pela miséria e desigualdade, inclusive no papel social e na discriminação existente. Por isso, a Secretaria de Política para as Mulheres escolheu a ‘Autonomia econômica, social, pessoal e política das mulheres’ como tema da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres”.
Em sua apresentação, Rosana defendeu o combate a todas as formas de discriminação, inclusive entre as próprias mulheres. “As negras, as indígenas, as lésbicas e as mulheres com deficiência têm ainda uma carga muito pesada de preconceito. Em geral, elas ocupam as os postos de trabalho mais precários que incluem as empregadas sem carteira assinada e as trabalhadoras domésticas e recebem em média 15% menos que as mulheres brancas”, destacou.
A secretária Executiva explicou que uma das maneiras de combater essas desigualdades é a criação de equipamentos sociais, como creches e lavanderias públicas; o acesso a programas de capacitação e educação; garantia de saúde integral e efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos; e o combate à violência contra as mulheres. “É importante os governos locais e estaduais debaterem e estabelecerem o papel que cabe a cada um com vistas a ampliar os serviços existentes de apoio à mulher para que as políticas para as mulheres cheguem a todas as brasileiras e mudem suas vidas para melhor”, finalizou.
20 TEMAS – No período da tarde, os trabalhos foram divididos em seis painéis para discutir os assuntos da etapa municipal: organização política e social, participação das mulheres nos espaços de poder; autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho urbano e rural, considerando as comunidades tradicionais; saúde, direitos sexuais e reprodutivos; enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres; e proteção à mulher em situação de risco social e enfrentamento das desigualdades geracionais.
No segundo dia, 15, foram aprovados 20 assuntos prioritários a serem levados à etapa nacional. Entre eles estão o crescimento do número de Centros de Atendimento Psicológico Social (CAPS) para atender mulheres dependentes químicas; criação e reformas das delegacias de atendimento à mulher com funcionamento 24h em todos os municípios; criação de novas casas abrigo; incentivo a criação de Secretarias Municipais da Mulher; criação de defensorias públicas e assistência jurídica para as mulheres de baixa renda; implementação e publicização dos benefícios da Lei Maria da Penha; e capacitação de lideranças jovens feministas.
REPÚDIO – No encerramento, as delegadas aprovaram uma moção de repúdio à decisão do Conar por não suspender a propaganda da Hope, estrelada pela modelo Gisele Budchem, e outra em relação às declarações sexistas do apresentador do CQC Rafinha Bastos. Também elegeram 76 delegadas para participar da Conferência Nacional a ser realizada em Brasília, nos dias 12 a 15 de dezembro.
A Conferência Estadual foi organizada pela Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira) em parceria com a Superintendência da Mulher (Supem) e com Conselho Estadual da Mulher (Conem).