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11/10 – Mulheres do DF mobilizadas para a 3ª Conferencia Distrital
As mulheres do Distrito Federal estão mobilizadas para a 3ª Conferência das Mulheres do Distrito Federal. Neste final de semana foram realizadas as conferencias regionais preparatórias para a Conferência Distrital nas cidades satélites de Ceilândia e Gama.
A 3ª Conferência de Políticas para as Mulheres do Distrito Federal acontece neste sábado, 15, no Museu Nacional Honestino Guimarães.
CEILÂNDIA - A Conferência Regional I, ocorrida em Ceilândia, teve a participação da Secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia e também a anfitriã do evento.
Além do Administrador de Ceilândia, Ari Almeida, participaram a delegada Viviane, representando a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Lúcia Bessa; representantes da Ordem dos Advogados do Brasil-seção DF, da Subsecretária de Políticas para as Mulheres da SEMDF, Maria Valéria Duarte e a educadora de Brazlândia, Domani Teixeira de Souza.
A Secretária Olgamir Amancia e a educadora Domani Teixeira de Souza participaram de mesa de debates sobre a construção de políticas para as mulheres e o papel do Estado.
LUTA HISTÓRICA - Olgamir Amancia destacou a criação da Secretaria de Estado da Mulher do DF, como resultado de uma luta histórica dos movimentos sociais, que segundo ela “contou com a sensibilidade e compromisso do governador Agnelo”.
“Trata-se de uma Secretaria de construção transversal, que dialoga com as demais Secretarias de Estado, com a finalidade de pautar as políticas para as mulheres, de maneira destacada”, garante Olgamir.
Olgamir informou que a SEMDF já apresentou propostas concretas, como em relação às creches, onde haja perspectiva de gênero, no que se refere às demandas de geração de trabalho, renda e autonomia financeira para as mulheres, na ampliação dos programas de enfrentamento a violência doméstica, entre outros.
Outro aspecto é a participação das mulheres nos espaços de poder. Para a secretária, “somos a maioria no ensino superior, graduação e pós-graduação, ou seja, na qualificação para o mercado de trabalho. Entretanto, ainda temos salários inferiores nos mesmos cargos que homens”.
De acordo com ela, o grande desafio da Conferência é refletir coletivamente para construir políticas a partir de um eixo estruturante para a equidade de gênero, “pois a autonomia das mulheres é condição para sua emancipação”.
MACHISMO - A educadora de Brazlândia, Domani de Souza, também fez sua palestra, relatando ser oriunda do movimento chamado “mulheres de luta” e destacou que o machismo é o principal entrave para a conquista das mulheres.
Segundo ela, o movimento social encontra grandes dificuldades para a mobilização feminina. Diante desta dificuldade ela sublinhou a importância do plenário da Conferência Regional contar com um expressivo número de participantes.
Domani de Souza considera que “as mulheres ainda não assimilaram sua própria capacidade, embora enfrentem a dupla jornada de trabalho e tenham a responsabilidade de carregar o mundo nas costas”.
Ela enfatizou que onde mora, Brazlândia, onde tem acompanhado tanto o desenvolvimento da cidade, quanto a luta das mulheres e que, segundo ela, é responsável por 50% da produção de alimentos de Brasília, a resposta do Estado às mulheres ainda é limitada.
ESPAÇOS DE PODER - A educadora afirma que as trabalhadoras do campo precisam de políticas públicas que garantam acesso ao crédito, postos de saúde, centros de convivência, creche, transportes e informações com relação ao meio ambiente.
E lembrou que grande parte da água consumida em Brasília vem de Brazlandia. Para ela, as mulheres trabalhadoras rurais de Brazlândia são “guardiãs da vida, pois são guardiãs da água e água é vida”.
Sob a coordenação da Subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres no Distrito federal, Maria Valéria Duarte, acompanhada das Subsecretárias de Enfrentamento à Violência, Silvânia Matilde e de Programas e Projetos, Danielle Gruneich, iniciou o debate em Plenário, com a inscrição e fala de trinta participantes dos mais diversos matizes e representações.
PROPOSTAS - As propostas surgidas vão desde a garantia de creches públicas, combate à violência, igualdade salarial entre homens e mulheres, descriminalização do aborto, livre orientação sexual, educação não sexista, direito de sindicalização para militares, ampliação do número de delegacias especializadas, qualificação profissional diversificada, empoderamento feminino, emenda na Lei Orgânica que regulamente a existência da Secretaria de Estado da Mulher, realização de campanhas de conscientização, titularização das terras agrícolas, entre outras.
A secretária Olgamir Amancia e a professora da UNB Tânia Mara Campos falaram às mulheres presentes. Olgamir, falou da necessidade de institucionalização de políticas voltadas para as mulheres e que com a Criação doa Secretaria de Estado da Mulher, as questões da mulher não seriam mais diluídas, o que possibilitará a realização de um debate nas diversas áreas do governo para implementar políticas públicas que assegurem a assistência a todas as mulheres independentemente de sua cor ou raça ou religião ou orientação sexual.
“Nosso esforço é trazer para a visibilidade as demandas de gênero, afinal, somos aquelas que garantimos a sobrevivência de nossas famílias, acumulamos hoje até a quádrupla jornada de trabalho, uma vez que a mulher trabalha para ajudar ou prover a renda de casa, não dispõe de creches, de refeitórios, lavanderias coletivas e outros instrumentos sociais que aprisionam a mulher pela via dos afazeres domésticos”, afirmou a secretária.
DESVIADAS – A professora Tânia Mara Campos começou sua exposição afirmando que as mulheres sempre foram desviadas dos cargos de chefia e que a ocupação de espaços de poder pelas mulheres é consequência de uma luta histórica.
“Precisamos, portanto, garantir estes espaços que já foram conquistados e avançar para ampliar. Não podemos acomodar, uma diversidade de dados nos mostra que as conquista que conseguimos não estão definitivamente em nossas mãos, alguns recursos destinados as nossas conquistas não são totalmente aplicados” diz Tânia Mara.
Segundo ela, o grande problema é que a sociedade é machista e é necessário mudar essa estrutura profunda que define o modo social de agir e a forma de ser. “Temos que ocupar esses espaços com autonomia, pois muitas das vezes temos que nos travestir para ocuparmos um cargo que a cultura diz ser masculino”, garante a doutora da UNB.
Com: ASCOM