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COMBATE AO RACISMO
Ministra defende apropriação do ambiente digital contra discurso racista em evento que debate influência do preconceito nas mídias digitais
Macaé Evaristo foi uma das integrantes da mesa "Ameaças e potencialidades na Internet para a Democracia, Direitos Humanos e o Enfrentamento ao Racismo" (Foto: Daniele Fernandes)
Ao participar do “II Seminário Afropédia: Conexões Ancestrais”, em Belo Horizonte (MG), nesta sexta-feira (16), a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, defendeu que é preciso que as pessoas se apropriem do ambiente digital como forma de se contrapor ao racismo, à intolerância e à cultura de ódio. O evento faz parte do projeto “Afropédia: Conexões Ancestrais Ameaças e potencialidades na Internet para a Democracia, Direitos Humanos e o Enfrentamento ao Racismo”, uma iniciativa do Centro Palmares de Estudos e Assessoria por Direitos em parceria com a Fundação Euclides da Cunha e o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Fundação de Cultura do Estado da Bahia. O projeto estabelece um fórum permanente de diálogos analíticos da relação da comunicação nas mídias digitais e o racismo estrutural.
“É muito importante ter atores para humanizar o ambiente digita e livrá-lo de racismo, machismo e sexismo. É preciso democratizar o acesso a uma série de conhecimentos já produzidos sobre história e cultura da população negra”, afirmou a titular do MDHC.Macaé Evaristo foi uma das integrantes da mesa "Ameaças e potencialidades na Internet para a Democracia, Direitos Humanos e o Enfrentamento ao Racismo". O evento ocorreu na Escola de Contas do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) e discutiu estratégias de promoção de práticas antirracistas na internet. “Durante muito tempo, no nosso país, a forma de contar a história do povo negro se fez por outros corpos e por outras mãos que não a nossa, e sob uma perspectiva de nos subjugar”, ressaltou.
A ministra afirmou ainda que uma das formas de enfrentar o racismo na sociedade contemporânea está relacionada ao letramento étnico-racial pela internet. “Ocupar criticamente as redes sociais e o ambiente digital é uma forma de reescrever nossa história por meio de nossas mãos, das nossas histórias e vivências”, enfatizou.
Combate ao racismo
Macaé Evaristo lembrou dos avanços no combate ao racismo nas últimas décadas no Brasil. Além da existência do Estatuto da Igualdade Racial em nível federal, recentemente foi publicado o Estatuto da Igualdade Racial do Estado de Minas Gerais que prevê a criação de um fundo para reparações em caso de violações.
A ministra pediu o apoio do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para mapear mecanismos e fontes para a composição do fundo que ainda depende de regulamentação. “Vamos aproveitar que temos aqui ares de democracia, de diversidade e de inclusão nessa construção”, afirmou.
Afropédia
O Afropédia surgiu como uma força-tarefa para incluir mais pessoas negras no Wikepédia. De acordo com o coordenador do Afropédia, Danilo Moura, 80% de todas as biografias disponíveis na Wikepédia são de pessoas brancas. “O critério é relevância. Só que quem escreve são homens brancos, de 40 anos, do norte global. No caso do Brasil, da região Sudeste”, apontou.
O chefe de gabinete do Ministério da Igualdade Racial, Luiz Barros, defendeu que a produção de pensadores negros seja catalogada e disponibilizada à toda a população, em especial ao povo negro. Ele destacou o papel relevante do Afropédia na qualificação da informação sobre a população negra na internet.
“A internet exprime o que a sociedade é”, disse. “Se nós temos o racismo fora da internet, na internet nós também temos. Isso significa dizer que o nosso povo, os nossos artistas e os nossos pensadores são constantemente atacados por exprimirem sua cultura e por manifestaram suas religiões”, completou.
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Texto: D.V.
Edição: L.M.
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