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Futurecom 2025
Conselheiro Alexandre Freire defende conectividade como motor de inclusão social
Em palestra realizada nesta terça-feira (30/9) no Futurecom 2025, o conselheiro da Anatel Alexandre Freire destacou a centralidade da conectividade para a cidadania contemporânea e defendeu que a inclusão digital seja tratada como prioridade estratégica do país.
“Vivemos num tempo em que a conectividade deixou de ser um privilégio. Ela se tornou a espinha dorsal da cidadania contemporânea. Estar conectado, hoje, é mais do que acessar informação: é pertencer ao futuro. E a exclusão digital, sejamos francos, é uma das formas mais cruéis de exclusão social”, afirmou.
Freire ressaltou que a infraestrutura de telecomunicações é a base da economia digital, da inovação e da própria democracia. “A conectividade é mais que cabos e antenas. Ela é o fio invisível que costura nossas vidas”, disse.
O conselheiro também enfatizou a necessidade de alinhar transformação digital com compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG). “Tecnologia sem ética é vazia. E transformação digital sem compromisso social é apenas marketing. Precisamos enxergar a agenda ESG não como um modismo, mas como um pacto civilizatório”, declarou.
Entre as iniciativas já adotadas pela agência, Freire citou a expansão do 4G para comunidades quilombolas e indígenas, programas de capacitação digital para mulheres em situação de vulnerabilidade, a conexão de escolas públicas em regiões remotas e o lançamento de cabos subfluviais na Amazônia.
Segundo ele, essas ações mostram que a regulação vai além da fiscalização: “Ela passa a ser transformação, parceria e visão de futuro.”
Freire alertou ainda para novos desafios regulatórios, como a governança de constelações de satélites em órbita baixa, e defendeu que a Anatel siga investindo na capacitação de seus quadros.
O conselheiro reforçou a missão de usar a tecnologia para reduzir desigualdades: “O futuro não será apenas digital. O futuro será digital, sustentável e inclusivo, ou não será digno de ser chamado de futuro.”
E finalizou: “Imaginem um rio na Amazônia. Durante séculos, ele separou comunidades. Povos inteiros viveram isolados em suas margens. Hoje, sob suas águas, passam cabos de fibra óptica que conectam escolas, hospitais, sonhos. Essa é a essência da nossa missão: usar a tecnologia não para dividir, mas para unir. Não para ampliar desigualdades, mas para reduzi-las. Não para aprisionar, mas para libertar.”