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UNIVERSALIZAÇÃO
Anatel supera desafios em áreas remotas para garantir telecomunicações no Tocantins
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou, entre 2024 e 2025, uma missão de fiscalização para assegurar o funcionamento dos Telefones de Uso Público (TUP), popularmente conhecidos como “orelhões”. A ação, parte das metas do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), focou na verificação desses serviços em áreas rurais do Tocantins, a mais de 30 quilômetros da sede dos municípios.
A operação da Anatel Tocantins abrangeu 14 municípios e demandou um esforço logístico considerável. A equipe percorreu quase 10.000 km, registrou mais de 370 horas de fiscalização e utilizou drones por 10 horas de voo para monitoramento. O custo estimado da missão ultrapassou R$ 30.000,00 em diárias e transporte.
Os desafios do trabalho em campo
A jornada revelou as grandes dificuldades da região. Em 2024 e 2025, a equipe da Anatel precisou enfrentar estradas sem pavimentação em 40% a 55% dos percursos, respectivamente. A falta de asfalto reduziu a velocidade das viagens e aumentou o desgaste, tanto dos veículos quanto dos fiscais. A ausência de sinal de GPS em muitos trechos também reforçou a complexidade do trabalho em áreas de difícil acesso.
Além dos desafios técnicos e de infraestrutura, a fiscalização exigiu flexibilidade e capacidade de adaptação. A equipe enfrentou imprevistos diários, como a dificuldade de encontrar locais para almoço e descanso em regiões com pouca estrutura. Um pneu estourado durante o trajeto atrasou a missão, mostrando que o trabalho em campo vai muito além da parte técnica, exigindo resiliência diante do inesperado.
"Nossa fiscalização em regiões remotas do estado do Tocantins reforça que o trabalho da Anatel tem um impacto direto e vital na vida das pessoas. Nosso objetivo é garantir que os brasileiros possam se comunicar e não fiquem isolados, mesmo nas áreas mais distantes", afirmou a superintendente de Fiscalização, Gesiléa Teles.
O “Orelhão”: um herói da comunicação em áreas remotas
Apesar de ser considerado obsoleto nas grandes cidades, o “orelhão” se mostrou um herói silencioso e um verdadeiro guerreiro da comunicação para as comunidades mais remotas. Em locais onde o sinal de celular é inexistente e a internet via rádio é falha, ele é, muitas vezes, o único meio de contato, vital para emergências, convívio social e acesso a serviços básicos.
“A fiscalização de PGMU é sempre um desafio, são localidades distantes da área urbana, em sua maioria de difícil acesso, estradas sem asfalto, pontes precárias. Os fiscais vão a campo sem a certeza de onde dormirão ou farão suas refeições. De outro lado, é uma satisfação ver de fato que a política pública de universalização, criada há quase 25 anos, atingiu seus objetivos”, declarou o gerente da Anatel Tocantins, Giuliano Quinan.
Garantir o funcionamento desses telefones públicos é a nobre missão que a Anatel cumpre para assegurar que a população não fique isolada. O “orelhão” continua a ser um elo de segurança, conectando vidas e garantindo o direito à cidadania.