Notícias
Pesquisa do IBGE mostra queda na taxa de fecundidade
Estatísticas também comprovam que nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais
Divulgada nesta sexta-feira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra índices sobre os rendimentos das mulheres, a participação feminina no mercado de trabalho e o nível de escolaridade, entre outros. Em 2006, havia cerca de 91 milhões de homens e 96 milhões de mulheres no Brasil. Só na região Norte, o número de homens é maior. Das 97,6 milhões de pessoas no mercado de trabalho, as mulheres somam 42,6 milhões. A taxa de fecundidade nacional caiu para dois filhos em média por mulher. E um dado permanece o mesmo: nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais.
A PNAD traça a cada ano um retrato do País. Em 2006, foram entrevistadas 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios em todo o Brasil. A partir de outubro, cerca de 2.000 entrevistadores do IBGE vão a campo para realização da próxima pesquisa, que, em 2007, completa 40 anos. E, pela primeira vez, a coleta será eletrônica.
Em 2006, havia cerca de 91 milhões de homens e 96 milhões de mulheres. Apenas na região Norte, o número de homens superava o de mulheres, o que não ocorria em 2005. Isso se deve ao fato de haver menos mulheres acima de 60 anos no Norte do país. Lá elas representavam 51,5% da população nessa faixa etária; nas demais regiões, as proporções eram mais elevadas: Sudeste (57,2%); Sul (55,9%); Nordeste (55,2%) e Centro-Oeste (52,5%).
Fecundidade - Nacionalmente, a tendência de envelhecimento populacional persistiu em 2006. Esse movimento foi ainda mais acentuado nas regiões Sudeste e Sul, onde a diferença entre as participações, no total da população, das pessoas de 0 a 9 anos e de 40 anos ou mais de idade já ultrapassa 20 pontos percentuais – a média nacional é uma diferença de 15,8 pontos percentuais.
A taxa de fecundidade, em 2006, foi estimada em 2,0 nascimentos por mulher (em 2005, havia sido de 2,1 nascimentos por mulher), caindo ao nível de reposição da população. A região Norte tinha a estrutura etária menos envelhecida: registrou a menor diferença entre os percentuais de pessoas com 0 a 9 anos de idade e de 40 anos ou mais (1,6 ponto percentual); tinha número médio de filhos por família (3,3) maior que o registrado para o país (2,9); e era a única região onde o contingente de crianças de 0 a 4 anos (1,6 milhão) era maior que o de pessoas com 60 anos ou mais (aproximadamente 979 mil).
Entre as unidades da federação, o Acre tinha em 2006 o maior percentual de pessoas com 0 a 4 anos (12,0%). No lado oposto, no Rio de Janeiro, apenas 5,9% das pessoas estavam nessa faixa etária, e se concentrava o maior percentual de pessoas com 60 anos ou mais de idade: 14,1%. O envelhecimento vem ocorrendo indiscriminadamente para homens e mulheres, mas a população feminina de 0 a 4 anos era, em 2006, 9,3% inferior à masculina na mesma faixa etária; enquanto na faixa de 60 anos ou mais, o número de mulheres superava o de homens em 27,0%. Ou seja, nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais.
Mercado de trabalho - De 2005 para 2006, a força de trabalho brasileira cresceu 1,6%, que representa 97,6 milhões de pessoas economicamente ativas. A participação das mulheres no mercado de trabalho tem sido cada vez mais expressiva. Em 2006, elas somavam 42,6 milhões, e sua participação cresceu de 43,1%, em 2004, para 43,5% em 2005; e 43,7% em 2006. Houve avanços da participação das mulheres nas regiões Sudeste (de 44,2% para 44,8%) e Sul (de 44,6% para 45,0%). Já nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não houve alteração significativa dessa participação.
Em 2006, a participação dos trabalhadores com mais de 40 anos de idade na população ocupada aumentou 1,1 ponto percentual em relação ao ano anterior (passou de 39,0%, em 2005, para 40,1% em 2006). No Sudeste, esse aumento foi de 1,4 ponto percentual frente a 2005. Nas demais regiões, ficou em torno de 0,9 ponto percentual.
O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada atingiu 30,1 milhões em 2006, um crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior e um acréscimo de 1,3 milhão de pessoas no setor formal. Esses empregados, que somavam 33,1% da população ocupada em 2005, passaram a representar 33,8% em 2006. Para cada cinco empregos criados em 2006, três eram com carteira assinada.
Do contingente de 96,7 milhões de pessoas na força de trabalho, 8,2 milhões estavam desocupadas em setembro de 2006. Em relação a 2005, houve queda de 8,3% nessa estimativa, ou seja, redução de 742 mil no número de pessoas desocupadas. As mulheres são maioria na população desocupada (cerca de 57,0%), e em muitos estados esse número ultrapassa 60,0%.
Os rendimentos reais médios dos homens e das mulheres continuaram diferindo, com menos intensidade: em 2006, o rendimento de trabalho das mulheres representava 65,6% do rendimento dos homens, contra 64,4% em 2005; 63,5% em 2004; e 58,7% em 1996. As maiores diferenças salariais entre homens e mulheres estavam, em 2006, entre os trabalhadores por conta própria e trabalhadores domésticos.
Escolaridade - Em todos os grupos de idade, as mulheres tinham um percentual maior de freqüência à escola que os homens. Para o grupo em idade escolar, de 5 a 17 anos de idade, as proporções de estudantes eram 92,4% entre as mulheres e 91,9% para os homens. Em todas as regiões, a diferença ocorreu, não sendo muito significativa apenas no Centro-Oeste (0,1 ponto percentual).
Entre os homens que estavam na força de trabalho, 90,0% tinham concluído pelo menos um ano de estudo, enquanto que, para as mulheres, o percentual estimado era superior (93,0%). Amplia-se essa diferença entre homens e mulheres quando se comparam os níveis mais altos de escolaridade. Quase 43,5% delas concluíram o ensino médio (11 anos ou mais de estudo), enquanto, apenas um terço dos homens possuía esse grau de instrução.
Em 2006, 14,9 milhões de brasileiros com mais de 10 anos de idade eram analfabetos, 4,2% a menos que em 2005. A taxa de analfabetismo para esse grupo caiu de 10,2% em 2005 para 9,6% no ano passado. Para as pessoas de 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo em 2006 era de 10,4%, 0,7 ponto percentual inferior à de 2005.
A taxa de analfabetismo dos homens com mais de 10 anos de idade foi de 9,9%, enquanto a das mulheres foi de 9,3%. Em todas as regiões, havia mais analfabetos entre as mulheres do que entre os homens, exceto no Centro-Oeste, onde o índice foi o mesmo para os dois sexos: 7,4%.
As mulheres tinham 7 anos de estudo em média, enquanto os homens tinham 6,6 anos. A diferença era maior nas regiões Norte e Nordeste, onde as mulheres tinham, em média, 10,2% e 13,5% mais anos de estudo que os homens. No Sul e no Centro-Oeste, as diferenças eram, respectivamente, de 1,4% e 7,4%. Já no Sudeste, homens e mulheres tinham média de 7,5 anos de estudo.
Veja a íntegra da PNAD