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SEGMENTO I: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA (EXCETO MUNICÍPIOS)
Prêmio Rodrigo: Pensar, fazer e democratizar o acesso à arte em Minas Gerais
- Entrega de acervo restaurado para o Arquivo Público Municipal de Ouro Preto (Foto: Divulgação)
Unidade da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, a Fundação de Arte de Ouro Preto promove a formação de técnicos conservadores-restauradores, capacitados para analisar, diagnosticar e intervir adequadamente em acervos de papel, escultura policromada e pintura de cavalete. Articulada com a preservação de acervos comunitários, que recontam a história de Minas Gerais e do Brasil, o curso recebe peças como material didático com custos mínimos para as comunidades guardiãs.
A ação foi selecionada na categoria iniciativas de excelência no campo do Patrimônio Cultural Material. “Trata-se do reconhecimento nacional do trabalho realizado há 52 anos pela Fundação em favor da formação de profissionais conservadores-restauradores e da ação efetiva de preservação de acervos comunitários com custos mínimos para as comunidades guardiãs”, afirma a presidente da FAOP, Júlia Mitraud.
A fundação tem como missão valorizar a arte em todas as suas dimensões, incentivar a preservação do patrimônio cultural e dinamizar a cultura, atuando em todo o Estado de Minas Gerais. Pensar, fazer e democratizar o acesso à arte são papéis que a fundação vem protagonizando ao longo de sua existência, através de ações que aproximam a instituição da vida social local, estadual e nacional. De acordo com Júlia Mitraud, “as ações da FAOP, realizadas por profissionais e alunos dedicados que contam com a parceria fraterna das comunidades, estabelecem uma política pública voltada para a preservação dos bens culturais móveis de Minas Gerais”.
Curso Técnico em Conservação e Restauro
Criado como curso livre pelo restaurador Jair Afonso Inácio, em 1971, o Curso Técnico em Conservação e Restauro da FAOP foi o primeiro ofertado continuamente no Brasil. Em 1981, foi dividido em disciplinas com ênfase na conservação e restauro de escultura policromada, pintura de cavalete e papel. O Curso é nacionalmente reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e aprovado, desde 2002, pelo Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE).
“Receber o prestigiado Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, o mais relevante na área do patrimônio cultural brasileiro, é motivo de imenso orgulho. Seguimos ainda mais fortalecidos e certos de que estamos no caminho certo.”
Presidente da FAOP, Júlia Mitraud.
Desde o seu reconhecimento em 2002 até 2019, o curso formou 373 técnicos e entregou para as comunidades mais de duas mil peças de acervos restauradas como material didático. Foram 265 esculturas policromadas, 140 pinturas de cavalete e 1612 acervos em papel, abrangendo 81 comunidades e beneficiando 57 municípios de Minas Gerais. As atividades de restauração dos acervos comunitários integram o estágio curricular que está inserido nas práticas de ateliês. Para concluir o curso, o aluno realiza estágio nas três áreas de atuação, que se encerra mediante a entrega dos relatórios finais. Essa estratégia garante aos estudantes uma formação consistente, com segurança para atuação no mercado de trabalho, e, às comunidades guardiãs, o tratamento necessário e adequado aos seus acervos, propiciando longevidade à preservação dos bens.
Metodologia do Curso
Estruturado em cinco módulos semestrais e com carga horária total de 1.558 horas e 20 minutos, o Curso Técnico em Conservação e Restauro oferece aos alunos embasamentos teóricos, científicos e qualificação técnica para intervenções de restauro em acervos culturais. Alia a fundamentação conceitual à vivência prática, através da realização de estágio nas três áreas de atuação.
Esta estratégia de ensino-aprendizagem propicia aos alunos formação consistente, fortalecendo a segurança para atuação no mercado de trabalho e, às comunidades guardiãs, o tratamento necessário e adequado aos seus acervos, propiciando longevidade à preservação dos bens.
A análise e definição das propostas de intervenções a serem executadas nos acervos são feitas em conjunto, através da uma Comissão de Acervo, que realiza reuniões mensais, abertas a todos os profissionais do Núcleo de Conservação e Restauração. Tal dinâmica possibilita estreitar o diálogo e a participação de toda a equipe nas tomadas de decisão quanto às intervenções, fortalecendo e unificando os critérios de conservação e restauro aplicados no curso. A ação concretiza a interdisciplinaridade da profissão e valoriza os diversos repertórios profissionais, promovendo as trocas de conhecimento fundamentais.
O ingresso no curso se dá via processo seletivo e a FAOP mantém um programa de bolsas de estudo para ampliar o acesso ao curso. A fundação também recebe grupos de alunos da educação básica e profissional e demais interessados em conhecer o processo de preservação dos bens materiais nas três áreas.
Conheça uma das comunidades parceiras:
Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
A ação "Fundação de Arte Ouro Preto | FAOP - Formação de Restauradores em estreita relação com comunidades de Minas Gerais" foi vencedora do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2020, na categoria “Patrimônio Material”, segmento “Administração direta e indireta (exceto municípios)”. Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Este ano, foram escolhidos 12 projetos vencedores. Cada iniciativa recebe uma premiação de R$ 20 mil.
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