Valor Universal Excepcional
Os Teatros da Amazônia são exemplares excepcionais de intercâmbio cultural e estágio significativo da história representando pelas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais das cidades a partir do advento da Revolução Industrial, a partir da introdução de monumentais equipamentos culturais nos dois maiores centros urbanos da região amazônica que mesclam em sua arquitetura e espaços livres públicos a eles associados as influências artísticas, urbanísticas e tecnológicas europeias do final do século XIX com elementos da paisagem amazônica e a utilização de materiais locais como a implantação de grande protagonismo no tecido urbano a partir de sua forma e localização, sendo os teatros os principais símbolos das transformações socioculturais do período além de sua função como elementos articuladores da conexão com os demais componentes da paisagem como as principais avenidas, praças, porto e o rio, as interpretações da cultura e natureza local por meio das artes em seus bens integrados arquitetônicos e paisagísticos além da utilização de materiais construtivos regionais como a diversidade de madeiras.
Além das referidas qualidades físicas de sua composição arquitetônica e paisagística, os teatros apresentam ampla apropriação pela comunidade a partir da preservação de seus usos e funções relacionados espetáculos de ópera, concertos de música e peças teatrais somados a uma diversidade de manifestações culturais com destaque para a participação de grupos da cultura popular como o Boi-Bumbá do Estado do Amazonas e o Carimbó do Estado do Pará além do papel de agentes catalisadores de espaços e atividades de formação e capacitação a partir de seus corpos artísticos e centros de formação de artistas e artífices que asseguram a sustentabilidade do bem e contribuem para a valorização das artes e geração de emprego e renda para as comunidades locais.
Seguem os atributos que transmitem o Valor Universal Excepcional potencial e permitem compreender esse valor:
- Forma, desenho e os materiais da arquitetura e das praças e largos a estes associados apresentam uma sintaxe entre as influências artísticas e tecnológicas europeias do final do século XIX como o ecletismo, a utilização da estrutura metálica proveniente da Revolução Industrial com interpretações da paisagem amazônica e seus bens integrados como as pinturas nos forros e panos de boca, pavimentação dos largos e praças associados aos teatros e a utilização de técnicas construtivas e materiais locais como rochas e as diversidades de madeira;
- O protagonismo na paisagem urbana e adaptação ao meio a partir de seus aspectos formais e implantação associada a espaços livres públicos como largos e praças, sendo os teatros os principais símbolos das transformações socioculturais do Ciclo da Borracha no final do século XIX, sua função como elementos articuladores de conexão com os demais componentes da paisagem como as principais avenidas, praças, porto e o rio e sua influência no desenho urbano das áreas centrais como a distribuição e composição paisagística dos espaços livre públicos e as características morfológicas do conjunto edificado.
- Usos e funções relacionados espetáculos de ópera, concertos de música e peças teatrais somados a uma diversidade de manifestações culturais com destaque para a participação de grupos detentores de saberes, ofícios e formas de expressão relacionados a bens culturais imateriais também reconhecidos como patrimônio cultural pelo Brasil, como o Boi-Bumbá do Estado do Amazonas e o Carimbó do Estado do Pará, o papel de agentes catalisadores de espaços e atividades de formação e capacitação a partir de seus corpos artísticos e centros de formação de artistas e artífices que asseguram a sustentabilidade do bem e contribuem para a valorização das artes e geração de emprego e renda para as comunidades locais e seus espaços livres públicos associados serem palco de importantes manifestações sociais, políticas e culturais na Amazônia brasileira.