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Habilidades digitais
Oficina Anatel e Unesco amplia visão sobre desafios para a inclusão digital de idosos na Região Norte
Resiliência, soluções criativas e paixão estão entre as características de projetos e entidades que lidam com a inserção digital de idosos na Região Norte e que puderam expor seus desafios durante a oficina do projeto Práticas que Conectam: Compartilhando soluções para a inserção digital de pessoas 60+.
O encontro, realizado em Manaus/AM no dia 16 de setembro, foi promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio da Superintendência de Relações com Consumidores (SRC), em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O objetivo foi o de identificar as dificuldades e barreiras para realização de atividades online pelo público idoso local.
Participaram 11 organizações, com atuação no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. “Tivemos a presença de representantes de diversas entidades da Região Norte, que desenvolvem trabalhos incríveis em suas comunidades — desde aldeias indígenas até grandes centros urbanos — envolvendo desde o letramento digital até iniciativas de geração de renda”, afirma o gerente regional da Anatel Amazonas, Celso Ribas.
Experiências
A possiblidade de contar com diferentes perfis de participantes gerou um diálogo rico sobre a vivência de cada um, fosse com relação à abordagem, escopo, público, pessoas envolvidas ou estrutura. “Poder ouvir essas vozes juntas, seus desafios e potencialidades, foi incrível”, destaca a facilitadora do encontro, Crisfanny Soares.
Em uma das dinâmicas do dia, os participantes puderam escolher uma das ações para conhecer mais sobre ela e votaram na “InTercâmbio Tecnológico Intergeracional para a Mulher Idosa – TECER Mulher”, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). “O objetivo era poder olhar com mais profundidade para um caso e o grupo aproveitou bastante para fazer perguntas”, diz Crisfanny Soares.
O compartilhamento dessa experiência impactou e emocionou ao tratar do êxito com relação ao desenvolvimento de autonomia e rompimento de barreiras de gênero por meio da inclusão digital. “Esse compartilhamento profundo de experiências com um estudo de caso foi o que o grupo mais gostou, foi difícil tirá-los dessa atividade”, afirma a facilitadora.
Desafios
Segundo o coordenador de Relações com Consumidores da Anatel Amazonas, Murilo Gomes, a dificuldade decorrente da falta de infraestrutura física e recursos tecnológicos que possibilitem a conectividade significativa foi apontada por todos como uma barreira para o desenvolvimento de seus projetos. Isso “indica haver ainda a necessidade de um primeiro trabalho, na região, de se buscar parcerias e recursos para estruturação dos locais com equipamentos e conectividade adequados”, afirma.
A visibilidade foi outra demanda trazida pelas instituições. “Todos os participantes relataram dificuldades para obter apoio e visibilidade para essas ações. Acredito que a Anatel tem um papel importante a desempenhar, dentro de sua esfera de atuação, no fortalecimento, na ampliação e no reconhecimento dessas iniciativas que fazem diferença na vida das pessoas”, afirma Celso Ribas.
Crisfanny Soares observa que o fato de a visibilidade ser algo tocante diz respeito a vários aspectos, seja em virtude da menor visibilidade da Região Norte em si, seja de populações estarem marginalizadas. “Eu percebo que é um público que se sente bastante invisibilizado. Essa oficina, a oportunidade de ser ouvido pela Anatel, pela Unesco e por outras iniciativas ali presentes é muito significativo”, diz.
Para a facilitadora, chamou a atenção a resiliência das pessoas, a grande paixão pelo que fazem, a qualidade das entregas e as soluções criativas, mesmo em um contexto de escassez de recursos. “Me fez pensar o que essas pessoas, iniciativas, protagonistas e lideranças conseguirão fazer com estrutura, apoio, visibilidade”, afirma.
Próximos passos
O gerente regional Celso Ribas destaca os ganhos dos debates envolverem instituições locais. “A realização de uma oficina regionalizada permitiu à Anatel conhecer mais de perto os desafios específicos enfrentados na Região Norte, bem como as soluções que vêm sendo desenvolvidas a partir dessa realidade”, afirma. “Cada região do país possui suas particularidades, e pensar em uma solução única para todo o Brasil pode não atender adequadamente às diferentes necessidades existentes”, completa.
Segundo Celso Ribas, ao conhecer iniciativas existentes e ouvir diretamente os atores envolvidos, a Anatel se aproxima das comunidades e pode atuar de forma mais estratégica, promovendo a inclusão digital de maneira concreta e eficaz.
A partir dos debates ocorridos nesta e nas demais oficinas do projeto será elaborado um relatório que incluirá também informações de escutas que a Superintendência de Relações com Consumidores tem feito nos estados, possibilitando futuras ações. “A Anatel tem muito a contribuir com as iniciativas dos participantes”, afirma Murilo Gomes.
As oficinas promovidas pela Anatel no projeto com a Unesco foram realizadas também em Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Belo Horizonte/MG, Salvador/BA, São Paulo/SP e Fortaleza/CE.
Conheça as instituições participantes
- Programa Uniterci – Universidade da Pessoa Idosa;
- Inteligência Digital para Terceira Idade - Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam);
- 60+ Inclusão digital com sabedoria - Instituto Inova;
- EnvelheSER UFPA e EnvelheSENDO rio abaixo rio acima - Universidade Federal do Pará (UFPA);
- InTercâmbio Tecnológico Intergeracional para a Mulher Idosa/TECER Mulher - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
- Maturidade Digital - Universidade Federal do Amapá;
- Inclusão Tecnológica 60+ - Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI);
- Projeto Idade Ativa: Oficinas de tecnologias - Universidade Federal de Rondônia (UNIR) em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO);
- Programa social de extensão à pessoa idosa - Universidade Estadual de Roraima (UERR);
- Conexão Digital 60+ - Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade – FUnATI;
- Letramento Digital para Idosos - Florescer Vida Ativa

