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Habilidades digitais
Formação de profissionais é tema em oficina Anatel/Unesco sobre inserção digital da pessoa idosa realizada em Salvador (BA)
As oficinas do projeto Práticas que Conectam: Compartilhando soluções para a inserção digital de pessoas 60+ promovidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) têm trazido diferentes insights sobre o tema. Em Salvador (BA), que sediou um dos encontros realizados na Região Nordeste, não foi diferente.
“Um aspecto que me chamou bastante atenção foi a preocupação com a formação de recursos humanos para atuar com o letramento digital de pessoas idosas”, diz a facilitadora do encontro, Lilian Cliquet. “Em Salvador, percebi uma ênfase maior nessa questão — havia um entendimento mais claro sobre a importância de preparar e capacitar profissionais para esse tipo de trabalho” afirma.
Uma área que vem ganhando destaque é a da gerontologia, que tem como foco o envelhecimento humano e o estudo dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais da velhice. “Acredito que a gerontologia tem um papel essencial nesse processo, pois o ensino e a aprendizagem com pessoas mais velhas possuem características próprias que precisam ser consideradas”, afirma Lilian Cliquet.
Público
A oficina reuniu 10 instituições dos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe com ações ligadas à presença digital de idosos. E, quando se fala do público dessas atividades, nota-se uma diferença com relação à gênero.
“Uma observação importante nas discussões é a predominância da participação feminina nas ações diversas das entidades, um reflexo de como as mulheres idosas buscam ativamente a manutenção de sua autonomia e o combate ao isolamento social”, diz o servidor da Anatel Bahia, Luide Mercuri.
Segundo o servidor, esta constatação, embora positiva em si, “gera uma reflexão estratégica com foco em pensarmos em ações específicas para atrair e engajar o público masculino, sendo crucial desenvolver estratégias de comunicação e metodologias que reconheçam as motivações particulares dos homens 60+, garantindo que a inclusão digital seja plena e equitativa em termos de gênero em todo o país”.
Os debates no tema tiveram entre suas motivações o trabalho de uma das organizações participantes – a Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) –, que tentar integrar o público masculino nas atividades da entidade.
Rede
Os encontros do projeto Práticas que Conectam têm colocado em contato instituições com atividades afins e evidenciado os benefícios dessa aproximação. Para Luide Mercuri, a geração de uma Rede de Colaboração Regional foi um dos maiores ganhos da oficina em Salvador. “Muitas iniciativas, mesmo atuando na mesma região e enfrentando desafios semelhantes, sequer se conheciam. A oficina quebrou essa barreira, criando laços valiosos e um canal de diálogo que antes não existia”, diz.
A facilitadora Lilian Cliquet também destaca o fortalecimento da rede e o sentimento de pertencimento entre os principais ganhos com as instituições participantes. “Foi muito valioso perceber que ninguém está sozinho — as dificuldades são compartilhadas, e muitas vezes o desafio de um já foi superado pelo outro, permitindo essa troca de apoio e aprendizado”.
Ações
As oficinas promovidas pela Anatel no projeto com a Unesco foram realizadas em setembro e percorreram as cidades de Goiânia (GO), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). O encontro em Salvador ocorreu no dia 24/09. As informações coletadas darão origem a um relatório que também incluirá informações de escutas que a Superintendência de Relações com Consumidores (SRC) tem feito nos estados, possibilitando futuras ações.
O projeto se insere no compromisso da Agência com a conectividade universal e significativa e a transformação digital, por meio da inclusão, da igualdade de acesso e do uso responsável dos recursos.
Luide Mercuri ressalta a mudança de paradigma que o Práticas que Conectam representa. “A Anatel, ao promover este mapeamento e as oficinas, sinaliza claramente que a Inclusão Digital 60+ passou a ser uma prioridade na agenda regulatória e de políticas públicas do país” diz. “Outro ponto é que a importância da oficina não está apenas na troca ocorrida nesses eventos, mas no uso prático e estratégico das informações coletadas, servindo de subsídio direto para a criação de um diagnóstico nacional robusto e subsidiar ações concretas de conectividade significativa”, conclui.
Conheça as instituições participantes
- Mais Conectados Melhor Idade: Associação das Favelas de Sergipe - CUFA Sergipe;
- Idosos na inclusão digital, Instituto Hebrom Simas;
- Oficina de letramento digital; Universidade Estadual de Alagoas - Universidade Aberta à Pessoa Idosa da Universidade Estadual de Alagoas (UNAPI/UNEAL);
- Oficinas de informática básica e navegação na internet para Idosos da UNATISE, Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade Federal de Sergipe (UFS);
- Laboratório 60+ Digital, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
- Projeto Conecta Vidas: Educação Financeira e Letramento Digital para Pessoa Idosa, Associação Conexão Social;
- Oficina de Tecnologia da Informação; Universidade Aberta à Terceira Idade da Universidade do Estado da Bahia (UATI/PROEX/UNEB);
- Oficina de tecnologia aplicada à pessoa idosa, Universidade Aberta à Pessoa Idosa da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
- Entre Likes e Memórias, Serviço Social do Comércio - Sesc Bahia;
- Projeto 60+ Tech: Inclusão Sociodigital para Pessoas Idosas, Parque Social - Empreendedorismo e Desenvolvimento Social



