Seminário sobre direitos humanos e cidadania digital discute educação como ferramenta de transformação social

A segunda edição do Seminário de Educação em Direitos Humanos e Democracia teve início na manhã desta segunda-feira (12), em cerimônia com a presença da chefe da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (AEDH/MDHC) Letícia Cesarino. Na solenidade, a gestora ressaltou a importância do encontro como uma oportunidade crucial para a construção de políticas públicas no ambiente digital.

Chefe da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos, Letícia Cesarino, abriu o evento

"Estamos vivendo uma era em que a digitalização impacta todas as esferas da vida pública e privada. A cidadania digital, neste contexto, não é apenas uma extensão dos direitos tradicionais, mas uma nova arena onde direitos e deveres precisam ser constantemente discutidos e reavaliados", pontuou. O evento aborda, neste ano, o tema cidadania digital, a fim de propor reflexões sobre a proteção e a defesa contra violações e a promoção de direitos humanos no ambiente digital.

Debates

Na primeira mesa de debate do evento, “Educação em Direitos Humanos para além da sala de aula”, os participantes compartilharam suas perspectivas sobre o papel fundamental da educação em diferentes contextos sociais, como ferramenta para promover a transformação social.

O teólogo e ativista Ronilso Pacheco destacou o papel essencial das igrejas na promoção dos direitos humanos, especialmente nas periferias, enfatizando que elas são espaços importantes para educar a comunidade sobre respeito e dignidade. Ele sublinhou a importância de desconstruir estigmas e reconhecer os direitos humanos como universais, que devem ser respeitados por todos.

Para o influenciador sobre cultura pop, Load, três pilares são fundamentais para o entendimento do tema: educação, possibilidades e direitos. Compartilhando suas experiências pessoais, o especialista destacou como a educação é uma ferramenta de transformação, enquanto as oportunidades, muitas vezes facilitadas pela internet, abrem portas para quem não tem acesso a elas.

Representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Adriana Pereira, por sua vez, focou na educação popular como meio de transformação das periferias, incentivando a participação comunitária e a colaboração com instituições para trazer melhorias concretas às condições de vida locais.

Plano Nacional

Na avaliação da assessora Letícia Cesarino, o seminário deste ano é o pontapé inicial para a atualização do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), um processo que, segundo ela, "não pode ignorar o impacto da digitalização na vida pública e a necessidade de repensarmos a educação para que ela inclua a formação de cidadãos conscientes e críticos no ambiente digital".

A pesquisadora da AEDH, Vanessa Carneiro, reforçou a importância da revisão do PNEDH

A pesquisadora da AEDH, Vanessa Carneiro, reforçou a relevância da discussão sobre a revisão do PNEDH, que será amplamente discutido com a sociedade civil, tanto presencialmente quanto por meio de plataformas digitais. "Estamos comprometidos com a construção de um novo Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que amplie o alcance e a inclusão, garantindo que essa política pública seja verdadeiramente transformadora para todos os cidadãos brasileiros", enfatizou.

Programação

O seminário se estenderá até esta terça-feira (13), com uma série de mesas-redondas e debates, abordando temas como a regulação das plataformas digitais, educação midiática, e a importância de formar alianças entre o poder público e os novos intermediários digitais, como influenciadores e comunicadores, para a promoção dos direitos humanos.

Promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos, o evento contará ainda com a presença do ministro Silvio Almeida em um bate-papo intitulado “Uma conversa sobre cidadania digital”, proporcionando um espaço para reflexão e diálogo sobre o tema, marcado para terça (13), às 11h.

Confira a programação!

Texto: E.G.

Edição: B.N.

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