Contexto
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE), no Brasil, em 2024, havia 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas, o equivalente a uma taxa de pessoas não alfabetizadas de 5,3. Dentre elas, 54,7% (5,1 milhões) viviam na região Nordeste e 22,8% (2,1 milhões) na região Sudeste. Em relação a 2022, a redução foi de somente 0,2 ponto percentual, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 232 mil pessoas em 2023.
No Brasil, o analfabetismo está associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de pessoas não alfabetizadas. Em 2023, eram 5,2 milhões de pessoas não alfabetizadas com 60 anos ou mais (a taxa de analfabetismo é de 15,4% para esse grupo). Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, é possível notar queda no analfabetismo - para 9,4% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,5% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,4% entre a população de 15 anos ou mais. Ou seja, as gerações mais novas têm maior acesso à educação e são alfabetizadas quando crianças.
A taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2023, foi de 5,2%. Entre os homens, de 5,7%. Para a faixa etária mais velha, a taxa das mulheres é ligeiramente superior (15,5%) à dos homens (15,4%) em 2023.
Na análise por cor ou raça, chama atenção a diferença entre pessoas brancas e pretas ou pardas: em 2023, 3,2% das pessoas brancas de 15 anos ou mais não eram alfabetizadas. Entre as pessoas pretas ou pardas o percentual é de 7,1%. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas brancas alcançou 8,6% e, entre as pessoas pretas ou pardas, 22,7%.
Entre as regiões brasileiras, a taxa de analfabetismo reflete as desigualdades regionais, na medida em que as regiões Nordeste e Norte apresentam taxas de analfabetismo mais elevadas (11,2% e 6,4%, respectivamente), em 2023 entre as pessoas com 15 anos ou mais de idade. O Centro-Sul do país tem taxas bem mais baixas (Sudeste 2,9%, Sul 2,8% e Centro-Oeste 3,7%). Em relação a 2022, a proporção de pessoas analfabetas neste grupo de idade teve queda na região Nordeste. Nas demais, a taxa se manteve estatisticamente estável.