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BENS MÓVEIS E INTEGRADOS
Iphan lança livro sobre esculturas religiosas do Rio de Janeiro colonial
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Nesta terça-feira (16/12), às 14h30, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lança o livro “A Escultura Religiosa no Rio de Janeiro Colonial: 1565-1821 – Através dos inventários do Iphan e do Inepac”, de autoria do museólogo e técnico do Instituto Rafael Azevedo. O evento acontece na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no centro do Rio de Janeiro (RJ), em espaço cedido pela Arquidiocese do Rio.
A obra sistematiza, de forma inédita, o amplo conjunto de esculturas devocionais inventariado pelo Iphan e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) ao longo das últimas décadas, reunindo peças provenientes de ordens religiosas, antigas freguesias e irmandades urbanas do estado do Rio de Janeiro. O livro é resultado de anos de pesquisa em igrejas, arquivos e coleções públicas e privadas, e reúne dados que revelam a pluralidade de escolas e influências que moldaram a cultura fluminense. Com isso, a publicação busca preencher uma lacuna nos estudos sobre arte sacra no Brasil, tradicionalmente concentrados nas grandes capitais e menos atentos às cidades do interior, muitas delas antigos polos econômicos e culturais fundamentais para a formação do patrimônio cultural brasileiro.
No caso do Rio de Janeiro, o levantamento revela tradições artísticas regionais pouco conhecidas do público, como a escultura barrista da Baixada Fluminense; as influências franciscanas nas imagens acolhedoras e coloridas de Angra dos Reis e Paraty; e a força expressiva das esculturas de Campos dos Goytacazes, influenciadas pela atuação jesuítica.
"Esta publicação pode contribuir para o resgate de narrativas e memórias locais que muitas vezes ficam à margem da historiografia oficial. Esta pesquisa não só enriquece o campo da História da Arte, mas também estimula um diálogo interdisciplinar, contribuindo para uma compreensão mais ampla da cultura e da memória do Brasil", avaliou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
Para a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patricia Wanzeller, ao registrar e sistematizar essas obras, o Iphan enfatiza a importância de olhar para além da capital e reconhecer o valor histórico de cidades que tiveram papel decisivo na construção da identidade do nosso estado.
"Cuidar do patrimônio religioso fluminense significa proteger a diversidade cultural e o legado histórico do estado, ao mesmo tempo em que se reafirma o direito das comunidades à memória e à pluralidade de expressões espirituais. É reconhecer que a fé, em suas muitas formas, não apenas oferece sentido aos indivíduos, mas também imprime marcas profundas no território, no imaginário e na vida coletiva do Rio de Janeiro", completou a superintendente.
Com mais de 580 páginas e centenas de fotografias, a publicação reúne análises detalhadas de 476 objetos, entre talhas, esculturas e bens arquitetônicos integrados inventariados pelo Iphan e pelo Inepac, com recorte até 1821, ano que antecede a Independência do Brasil. Ao todo, o livro também apresenta 96 monumentos, se consolidando como o estudo mais abrangente já produzido sobre a história da arte religiosa no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 1565 e 1821.
"A retomada de publicações com esses inventários reforça o compromisso do Iphan nas ações de preservação, combate ao tráfico ilícito e conservação de bens culturais", afirmou a coordenadora-geral de Autorização e Fiscalização do Iphan, Elisa Taveira.
Além de valorizar o patrimônio religioso fluminense, o livro resgata obras que revelam a trajetória histórica de bairros, vilas e antigas localidades do estado. A publicação também reforça o papel dos inventários como política pública estratégica, permitindo identificar, proteger e compreender um acervo frequentemente ameaçado por extravios, alterações indevidas ou degradação ambiental.
“Retirar essas obras da cortina do esquecimento significa reforçar que a identificação e a difusão do patrimônio são marcos civilizatórios essenciais para compreendermos nosso passado e protegermos nossas heranças culturais”, afirmou o autor, Rafael Azevedo.
“Retirar essas obras da cortina do esquecimento significa reforçar que a identificação e a difusão do patrimônio são marcos civilizatórios essenciais para compreendermos nosso passado e protegermos nossas heranças culturais”
Segundo ele, o estudo só foi possível graças à atuação conjunta do Iphan e do Inepac. A Arquidiocese do Rio de Janeiro também teve papel fundamental ao inventariar igrejas não contempladas pelos órgãos de patrimônio.
O projeto segue em expansão: já está em preparação o próximo livro, dedicado à Antiga Capitania Real da Bahia de Todos os Santos, seguido de estudos sobre Pernambuco, Alagoas e Paraíba, ampliando o conhecimento sistemático das coleções sacras coloniais em outros importantes centros históricos do país.
Serviço:
Data: 16 de dezembro
Horário: 14h30
Local: Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
Endereço: Rua Sete de Setembro, 14 - Centro, Rio de Janeiro
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Ana Carla Pereira – carla.pereira@iphan.gov.br