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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Iphan celebra conclusão do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas
Foto: Mariana Alves/Iphan
Entre outubro de 2023 e dezembro de 2025, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi responsável por uma das mais amplas e participativas iniciativas de articulação entre patrimônio cultural e ações climáticas já realizadas no Brasil. O Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, promovido pelo Departamento de Articulação Fomento e Educação (Dafe) do Iphan, em parceria com o Comitê de Mudanças Climáticas e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos Brasil), mobilizou representantes de comunidades tradicionais, povos indígenas, quilombolas, detentores do patrimônio cultural, gestores públicos e pesquisadores de todo o território nacional. Ao todo, foram sete oficinas regionais, seis reuniões de grupos de trabalho, um seminário internacional, duas jornadas nacionais, um webinário e duas publicações lançadas.
A iniciativa, lançada oficialmente em 17 de outubro de 2023 e finalizada no último dia 11 de dezembro, em Porto Alegre (RS), percorreu os seis principais biomas brasileiros, realizando oficinas sobre o Cerrado, em Brasília (DF) e na Cidade de Goiás (GO), o Pantanal, em Corumbá (MS), a Mata Atlântica, em Paraty (RJ), a Caatinga, em São Raimundo Nonato (PI), a Amazônia, em São Luís (MA), e o Pampa, em Porto Alegre (RS). Essas atividades presenciais e abertas ao público tiveram o objetivo de identificar, de forma participativa, os maiores desafios à defesa do patrimônio cultural brasileiro diante das mudanças climáticas, bem como propor ações concretas e evidenciar as capacidades de resiliência climática das comunidades.
O Ciclo se destaca por seu foco na construção coletiva do conhecimento de forma inclusiva e centrada na justiça social e climática, garantindo a construção participativa de estratégias com bases nas referências territoriais,na perspectiva dos representantes e do público e não apenas de gabinetes técnicos.
O processo valorizou o papel das comunidades como protagonistas na formulação de soluções, reconhecendo o patrimônio cultural como direito coletivo e bem comum, e destacando os danos desproporcionais sofridos por comunidades vulnerabilizadas, historicamente excluídas dos processos democráticos.
“Método para Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas”, guia metodológico prático desenvolvido para a sociedade civil e gestores do patrimônio que oferece um roteiro para a realização de oficinas que promovam uma introdução qualificada ao tema, auxiliem na identificação de riscos climáticos locais e estimulem a mobilização coletiva para a proposição de políticas públicas mais eficazes. O documento também traz um glossário de termos de patrimônio cultural e mudanças climáticas, além de ideias para transformar o resultado das oficinas em políticas e ações concretas.
Acesse o “Método para Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas”
Carta Brasileira do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas, documento estratégico construído com base nas contribuições das oficinas regionais e em consulta pública aberta, que consolida os princípios norteadores, os desafios identificados, as recomendações de diretrizes e indicadores de monitoramento, além de convocar o setor público e a sociedade civil a assumirem compromissos concretos com a ação climática. Coordenado pelo ICOMOS Brasil e o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM Brasil), com o apoio do Iphan, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
Acesse a Carta Brasileira do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas
Parceiros e rede colaborativa nacional e internacional
O Ciclo mobilizou amplas parcerias, conforme destacou o presidente do Iphan, Leandro Grass, na abertura da oficina “Carta Brasileira do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas”, em 7 de julho: “Essa é uma das agendas que melhor sintetiza o espírito colaborativo do nosso ministério, do nosso sistema MinC, na medida que coloca várias secretarias, várias áreas trabalhando juntas e é nesse sentido também que a gente quer expressar para fora como deve ser a política pública”.
Além das parcerias com o Icomos Brasil, Icom Brasil, Ibram, Fiocruz e Ministério da Cultura (MinC), a união com as universidades federais e estaduais foi fundamental na viabilização das oficinas regionais: Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI).
A dimensão internacional foi representada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que contribuiu para os debates, incluindo o Seminário Internacional “Patrimônio Cultural e Ações Climáticas”, realizado como evento paralelo ao G20, em maio de 2024, em Brasília, reunindo representantes de países com as principais economias do mundo.
Diferencial e legado
Com a conclusão do Ciclo de Diálogos, o Iphan consolidou uma iniciativa pioneira no Brasil, articulando patrimônio cultural e ação climática de forma participativa e inclusiva, e criando um marco estratégico para políticas públicas voltadas à adaptação e resiliência. Pela abrangência territorial, diversidade de atores envolvidos e caráter participativo, a experiência conduzida pelo Iphan se torna referência para futuras ações nacionais e internacionais, reforçando o papel do patrimônio cultural como elemento central na agenda climática global.
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