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Partiu IF: alunos aprovados no IFCE e no IFSC visitam o MEC
Foto: Luis Fortes/MEC
O ministro da Educação, Camilo Santana, recebeu, nesta terça-feira, 16 de setembro, 12 estudantes do Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para acesso de alunos da rede pública à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Partiu IF). Os adolescentes foram aprovados em processos seletivos de Institutos Federais antes de concluírem o ensino fundamental.
Foram recebidos por Santana cinco alunos aprovados para ingresso no Campus Fortaleza do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e sete alunos para o Campus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Além de serem parabenizados pelo ministro por seus desempenhos nas provas, o encontro buscou incentivar os jovens a prosseguirem com os estudos.
O Partiu IF é voltado a estudantes regularmente matriculados no 9º ano do ensino fundamental da rede pública de ensino e que se autodeclaram negros (pretos ou pardos), quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência ou sejam oriundos de famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo por pessoa.
“O presidente Lula diz algo, e isso é um passado não tão distante, mas talvez vocês nem nascidos eram: que só quem tinha condição de passar em uma instituição pública nesse país era quem estudava em escola particular, era filho de rico. E, hoje, a gente vê vocês, que são de escola pública, tendo o direito de serem aprovados em um Instituto Federal, de estudar em uma universidade de qualidade, virando médicos, engenheiros, advogados — o filho de um trabalhador rural, filho de uma doméstica, filho de um pedreiro... Isso se chama oportunidade”, celebrou o ministro.
Lara Nunes de Sousa, 14 anos, nova aluna do curso técnico de informática integrado ao ensino médio do IFCE, defende que o Partiu IF possibilita que estudantes do ensino fundamental se aprofundem em física, química e biologia, que são componentes curriculares integrados nessa etapa; e em matemática, matéria em que a maioria dos estudantes brasileiros têm dificuldade. “Os professores ensinaram o que caía na prova, eles fizeram questões parecidas, o que ajudou bastante no entendimento dos conteúdos”, lembra.
Ela conta que decidiu tentar uma vaga em um Instituto Federal, porque, com o diploma, terá mais facilidade em encontrar um emprego ao terminar o ensino médio e mais oportunidade no futuro —Lara pensa em cursar uma graduação em engenharia da computação e sonha abrir a própria empresa. "Minha mãe sempre me disse que a educação é o que abre portas para pessoas como eu, que vieram da periferia e que sempre estudaram em escolas públicas”.
Minha mãe sempre me disse que a educação é o que abre portas para pessoas como eu, que vieram da periferia e que sempre estudaram em escolas públicas.” Lara Sousa, 14 anos, estudante do Partiu IF aprovada no IFCE

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Aplicativo – Também presente no encontro, João Pedro de Medeiros, estudante do curso de informática para internet no Campus Natal do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), que desenvolveu o aplicativo “IFocus”, apresentou a plataforma ao ministro. On-line e gratuito, o app é destinado a alunos do 8º e do 9º ano da rede pública que desejam ingressar no IFRN. Nele, são disponibilizados materiais de estudo, banco de questões de provas anteriores e playlists com videoaulas. Por lá, os alunos também podem acompanhar os editais de seleção dos Institutos Federais abertos e seu desempenho nos estudos ao longo de todo o ano.
“O IFocus surgiu quando vi que a minha realidade era igual a de muitos outros. O objetivo principal é possibilitar que todos tenham acesso igualitário à preparação para ingressar na instituição, principalmente as pessoas que são baixa renda e que dificilmente teriam condições de bancar cursos presenciais”, explicou.
Na visão do ministro, o app demonstra a qualidade do ensino que os novos estudantes receberão nos IFs. “Vocês vão se orgulhar muito do Instituto Federal. O João, que já está lá, sabe da qualidade dessa formação. Nessa idade, ele já criou um aplicativo e está até vendendo a tecnologia. E ele construiu isso por conta das oportunidades que teve lá”, disse Santana aos aprovados.
O MEC, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), em parceria com os Institutos Federais, direcionará o uso do IFocus aos alunos do Partiu IF de todo o Brasil. Os materiais didáticos devem estar disponíveis no aplicativo em 2026.
Partiu IF – O Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para acesso de estudantes da rede pública de ensino à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Partiu IF), lançado em 2025, tem como objetivo o enfrentamento das desigualdades étnico-raciais na educação, por meio da oferta de aulas e atividades voltadas para a recuperação das aprendizagens de estudantes.
A iniciativa visa aumentar as oportunidades desses estudantes de ingressarem nos Institutos Federais de todo o país para a realização dos cursos técnicos integrados ao ensino médio. As aulas são ofertadas a estudantes do 9º ano que cursaram integralmente o ensino fundamental na rede pública de ensino, negros, quilombolas, indígenas ou que tenham deficiência e renda familiar per capita de até um salário mínimo.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secadi
