Vetores de degradação são fatores ou processos que comprometem a integridade ecológica dos ecossistemas costeiros e marinhos, afetando sua funcionalidade e os serviços ecossistêmicos que prestam. Esses vetores podem ser naturais ou decorrentes de atividades humanas, manifestando-se com diferentes intensidades e impactos.
O litoral brasileiro abriga populações, infraestrutura e atividades econômicas estratégicas, com forte dependência dos recursos naturais costeiros e marinhos. Entretanto, o uso intenso e pouco planejado desses ambientes tem resultado em pressões significativas sobre os ecossistemas, com reflexos diretos na qualidade ambiental e no bem-estar das comunidades.

- Fotos: arquivo MMA e Victor Pazin.
As mudanças do clima agravam esse cenário. O aumento da temperatura, a acidificação do oceano e a elevação do nível do mar intensificam processos de degradação, como o branqueamento de corais, a erosão costeira, a perda de manguezais e danos à infraestrutura urbana, afetando de forma crescente a resiliência socioambiental da zona costeira.

- Fotos: Antônio Polleti e Flavia Dalla Santa
A mitigação desses impactos requer políticas públicas planejadas, integradas e baseadas em evidências, capazes de orientar ações preventivas, reduzir conflitos e fortalecer a governança costeira e marinha.
Nesse contexto, é fundamental identificar e monitorar os principais vetores de pressão sobre esses ambientes. Entre os fatores que mais ameaçam a conservação e o uso sustentável da zona costeira e marinha destacam-se: expansão urbana desordenada; exploração de petróleo e gás; implantação de empreendimentos de geração de energia eólica; mineração no leito marinho; pesca irregular e predatória; introdução de espécies exóticas invasoras; transporte marítimo; turismo desordenado; e diversas formas de poluição, incluindo resíduos sólidos — especialmente plásticos —, nutrientes em excesso, fertilizantes e poluentes orgânicos persistentes.
A interação e os efeitos cumulativos desses vetores reforçam a necessidade de planejamento integrado, gestão territorial eficaz e coordenação institucional, essenciais para a promoção do desenvolvimento sustentável e para a proteção da saúde ambiental no país.