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A importância da proteção das águas contra poluentes invisíveis
Proteção de rios e praias também depende do controle de poluentes tóxicos. Foto: Freepik
Em 20 de setembro, é celebrado o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, uma data que mobiliza voluntárias e voluntários, no mundo todo, em mutirões para remover resíduos visíveis, como sacolas plásticas, garrafas PET e outros detritos que poluem os ecossistemas aquáticos. No entanto, existem ameaças silenciosas que muitas vezes passam despercebidas. É o caso de substâncias invisíveis, como os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs).
Os POPs são um grupo de substâncias químicas tóxicas que, uma vez liberadas no ambiente, resistem à degradação e permanecem por longos períodos. Eles podem ser transportados por grandes distâncias pela água e pelo ar, acumulando-se nos tecidos gordurosos dos organismos vivos.
Esses poluentes, amplamente utilizados na indústria, como em transformadores e equipamentos de transmissão de energia, podem se tornar extremamente perigosos quando descartados de forma inadequada. Ao serem enterrados ou despejados em locais impróprios, acabam infiltrando-se no solo e atingindo os corpos d’água, poluindo rios e mares de maneira silenciosa.
Entre eles, estão as bifenilas policloradas (PCBs), substâncias tóxicas amplamente utilizadas em equipamentos elétricos como transformadores e capacitores. Apesar de proibida há décadas, as PCBs persistem no meio ambiente devido a destinações inadequadas, como o descarte no solo ou corpos d’água.
Estudos identificaram a presença de PCBs em peixes e aves marinhas, na Baía de Guanabara, e até em botos na Baía de Sepetiba, ambas no Estado do Rio de Janeiro. A contaminação do ambiente, flora, fauna, corpos hídricos e ar, é um risco também para as pessoas. Quando os PCBs entram no organismo, por ingestão de alimentos, inalação ou contato com a pele, tendem a se depositar no tecido adiposo (gordura), ocorrendo a bioacumulação. Quanto mais tempo a pessoa está exposta ao PCB, mais acumula a substância no organismo, pois ela é persistente, e mais dano causa à saúde.
“A gestão adequada de substâncias tóxicas é fundamental para a preservação dos rios e mares. A saúde da população depende de um ambiente saudável”, explica a gerente do Projeto PCB Responsável, Angelica Griesinger.
O Brasil está avançando nesse compromisso por meio do PCB Responsável, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com apoio do PNUD e financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O projeto oferece suporte técnico e financeiro para a eliminação segura de equipamentos e resíduos contaminados com PCBs no Brasil.
Além de proteger a vida aquática, a adesão a ações como essa contribui diretamente para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, Água Potável e Saneamento, e Vida na Água (ODS 14), reforçando o papel das empresas na construção de um futuro mais limpo e sustentável.
“O Brasil está comprometido em construir um futuro mais limpo e seguro. Iniciativas como o Projeto PCB Responsável são uma oportunidade de protegermos a sociedade de ameaças invisíveis que comprometem nossos recursos hídricos e o cumprimento de metas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O engajamento das empresas e da sociedade como um todo é fundamental”, destaca a diretora nacional do projeto, Thaianne Resende.
Para saber mais sobre o Projeto PCB Responsável e como empresas podem contribuir, acesse www.bit.ly/PCBResponsavel.