Contexto
O Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética nas Instituições Federais de Educação - EnergIFE nasce da necessidade de fortalecer a atuação das Instituições Federais na transição energética justa e sustentável do Brasil. Diante da crescente demanda mundial por soluções de baixo carbono e pela geração de empregos verdes, o programa atua na formação profissional, inovação tecnológica e modernização da infraestrutura educacional, alinhando-se às metas climáticas e aos compromissos internacionais assumidos pelo país.
Desde 2016, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), desenvolve ações voltadas à educação profissional em energias renováveis e eficiência energética, em cooperação com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) na Cooperação Brasil–Alemanha. Essa parceria resultou em marcos importantes, como a criação de grupos temáticos, a produção de materiais didáticos e técnicos e o lançamento de chamadas públicas de fomento à oferta de cursos de qualificação profissional nas áreas de energia solar, eólica, biogás, biocombustíveis, mobilidade elétrica, armazenamento de energia e eficiência energética.
Instituído pela Portaria MEC nº 615, de 18 de agosto de 2022, o EnergIFE é uma política pública permanente de indução da cultura energética e da sustentabilidade na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT) e nas Universidades Federais. O programa busca integrar ações de infraestrutura, capacitação docente, pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo, ampliando o protagonismo das instituições educacionais na agenda da economia verde.
O contexto nacional reforça a relevância do EnergIFE. O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo e potencial para ampliar sua liderança global no setor. Essa expansão requer mão de obra técnica qualificada, capaz de operar e manter sistemas de geração, armazenamento e eficiência energética. O país poderá criar centenas de milhares de empregos na próxima década em áreas como energia solar, eólica e mobilidade elétrica, o que evidencia a urgência de investimentos em formação profissional e tecnológica.
O EnergIFE também recebeu reconhecimento do Tribunal de Contas da União (TCU) como exemplo de boa prática do Ministério da Educação, destacando sua efetividade na promoção da eficiência energética, na gestão sustentável de recursos públicos e na indução de práticas inovadoras de ensino e gestão. O programa combina economia de gastos, sustentabilidade ambiental e qualificação profissional, demonstrando resultados expressivos: mais de 25 mil vagas ofertadas, presença em 139 unidades de ensino e usinas fotovoltaicas instaladas em 94,7% dos Institutos Federais, além de publicações de cartilhas, relatórios, estudos etc.
Com esse propósito, o EnergIFE promove ações estruturantes como o Pronatec EnergIFE, linha de fomento executada via Bolsa-Formação, voltada à oferta de cursos presenciais de Formação Inicial e Continuada (FIC) em energias renováveis, eficiência energética e sustentabilidade. Essa iniciativa prioriza a inclusão produtiva, a equidade de gênero e a interiorização da oferta, reservando mínimo de 30% das vagas para mulheres e estimulando parcerias com instituições públicas, movimentos sociais e o setor produtivo regional.
Assim, o Programa EnergIFE representa um marco da política educacional brasileira voltada à transição energética e à economia verde, articulando ciência, tecnologia e educação para promover o desenvolvimento sustentável e a modernização da Educação Profissional e Tecnológica no país.