Visita técnica ao Sítio Roberto Burle Marx é apresentada em reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco

Uma visita técnica ao Sítio Roberto Burle Marx (SRBM), Unidade Especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi tema de apresentação nesta sexta-feira (11), realizada pelo do Centro Internacional de Interpretação e Apresentação de Sítios do Patrimônio Mundial (WHIPIC) na 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial que acontece entre 6 e 16 de julho, em Paris. 

A visita técnica, acompanhada de oficina, foi realizada entre os dias 8 e 11 de novembro de 2024, em parceria com o Centro Lucio Costa (CLC) - Centro de Categoria II da Unesco - (CLC-CC2), também uma Unidade Especial do Iphan, e teve como proposta trabalhar a apresentação e a interpretação do bem cultural de forma inclusiva, incorporando as diversas visões da comunidade local, incluindo os trabalhadores do SRBM. O intuito foi contribuir para a produção de um Guia de Interpretação do Patrimônio Mundial, a partir do conhecimento do território. 

Considerando que os sítios do Patrimônio Mundial são reconhecidos e valorizados por seus Valores Universais Excepcionais e que, muitas vezes, esses valores não são amplamente conhecidos, o WHIPIC trabalha com o conceito de interpretação e apresentação do patrimônio. Seu objetivo é proporcionar de forma dialógica um ambiente em que todos os grupos sociais possam participar ativamente do processo de avaliação e promoção dos valores dos sítios do Patrimônio Mundial.  

O CLC-CC2, por sua vez, possui atuação voltada para a formação, pesquisa e difusão, por meio de programas e ações em prol da gestão, preservação, e valorização do Patrimônio Cultural brasileiro e de outros países da América Latina e países da África e Ásia, de língua oficial portuguesa. 

O WHIPIC também é um centro de Categoria 2 da Unesco e dedica-se a promover a compreensão global e a proteção do Patrimônio Mundial por meio de abordagens inclusivas para a interpretação do patrimônio, desenvolvendo diretrizes para sua aplicação prática. 

Sobre o SRBM  

Antiga residência e laboratório paisagístico do artista e paisagista Roberto Burle Marx, o SRBM ocupa uma área de 405 mil metros quadrados no bairro de Barra de Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A propriedade foi doada ao governo federal pelo paisagista ainda em vida (em 1985).  

O SRBM pode ser equiparado a um museu; reúne uma coleção botânica com cerca de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais cultivada em viveiros e jardins, um acervo artístico com mais de três mil itens e um acervo biblioteconômico, além de um conjunto arquitetônico com oito edificações, entre as quais a casa de Roberto Burle Marx, o salão de festas, a Capela de Santo Antônio da Bica, do século XVIII, e o Ateliê do artista. Jardins, paisagens e lagos compõem o espaço, que guarda belíssimos exemplares de espécies coletadas por Burle Marx em suas expedições pelo Brasil e no exterior.   

Em junho de 2025, o jornal norte-americano The New York Times colocou o SRBM como um dos 25 jardins mais extraordinários do mundo. 

Centros de Categoria 2 

Nos últimos anos, o quadro de formação e de investigação no âmbito do Patrimônio mudou significativamente. Dentre os fatores que contribuíram para essas mudanças está a criação, em várias regiões do mundo, de instituições de formação às quais foram concedidos o estatuto de Centros de Categoria 2 (CC2) sob os auspícios da Unesco. Embora não participem da sua estrutura, estão associados à Organização por meio de acordos formais aprovados pela Conferência Geral e empenhados em apoiar os objetivos estratégicos do Programa da Unesco. 
 
Os CC2 são financiados diretamente pelos Estados Membros onde estão sediados, mas seu alcance vai muito além das fronteiras dos seus países sede. Há os centros de âmbito regional e os que cobrem mais de uma região ou são organizados em torno de uma questão temática. Alguns atuam na formação e pesquisa, enquanto outros funcionam como fundações ou fundos para apoiar as atividades realizadas por outras organizações.