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INCENTIVO
Rouanet Nordeste registra recorde de propostas sobre patrimônio cultural
Feira de Caruaru. Foto: Felipe Peres Calheiros.
O edital Rouanet Nordeste, encerrado no último dia 5 de setembro, registrou um marco inédito: 325 propostas sobre patrimônio cultural foram inscritas, participação recorde para a área em comparação aos editais anteriores. O número coloca o patrimônio no mesmo patamar de segmentos como artes visuais (324 propostas) e à frente de humanidades (305). Entre as iniciativas apresentadas, mais da metade (164) são voltadas à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, área historicamente carente de fomento.
Segundo o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, o número histórico reforça a importância da política pública de descentralização do fomento cultural. “O número recorde de propostas apresentadas demonstra a relevância da iniciativa. A Rouanet Nordeste tem justamente o objetivo de valorizar o patrimônio cultural como elemento de identidade e de desenvolvimento econômico e social. Ao abrir novas oportunidades de acesso aos recursos em regiões historicamente menos contempladas, garantimos que os agentes locais tenham condições de protagonizar a preservação e a difusão das memórias culturais do Brasil”, afirmou.
Recursos e capacitação
O desempenho é reflexo do trabalho realizado pelo Iphan em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). Durante a vigência do edital, o Iphan e suas superintendências estaduais organizaram 11 oficinas de capacitação, que alcançaram os nove estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e o Espírito Santo. Mais de 120 agentes culturais participaram das formações, que abordaram desde a elaboração de propostas até a inscrição e execução de projetos na Lei Rouanet.
No edital, o patrimônio já tem R$ 1,5 milhão garantidos em recursos, assegurando apoio a iniciativas da área. Agora, as propostas seguem para a etapa de avaliação técnica e seleção.
Para o diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais (DAEI) do Iphan, Daniel Sombra, o resultado confirma o impacto das ações de mobilização promovidas pela autarquia. “Esse resultado recorde é fruto de um esforço coletivo de capacitação, comunicação, mobilização e apoio técnico realizado pelo Iphan nos estados contemplados. Mostra que há uma demanda considerável e um grande potencial criativo e comunitário na área do patrimônio”, destacou.
De olho nas áreas
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Pernambuco e Bahia lideraram em número de inscrições na área de patrimônio, com 61 propostas cada.
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Ceará (46), Maranhão (43) e Paraíba (35) também tiveram participação expressiva.
As propostas inscritas contemplam três grandes frentes:
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Salvaguarda do patrimônio imaterial – 164 projetos (50,46%).
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Educação patrimonial – 135 projetos (41,54%).
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Artesanato tradicional – 26 projetos (8%).
Sobre a Rouanet Nordeste
Lançado pelo Ministério da Cultura em agosto de 2025, o edital regional destina R$ 40 milhões para financiar projetos culturais no Nordeste, norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
Os recursos são provenientes de patrocínios de empresas estatais, viabilizados pelo mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet. Participam como patrocinadoras Banco do Nordeste, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Transpetro e Empresa Gestora de Ativos (EMGEA).
O programa contempla uma ampla gama de iniciativas culturais, incluindo patrimônio material e imaterial, artes cênicas, música, audiovisual, artes visuais e humanidades, fortalecendo a política de descentralização do fomento cultural no Brasil.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br

