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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Palacete do Parque Lage (RJ) passa por primeira grande restauração em cem anos
Foto: Escola de Artes Visuais do Parque Lage
No dia 19 de maio, começaram as obras de restauração do palacete do Parque Lage, no Rio de Janeiro (RJ), marcando a primeira grande intervenção no edifício em cem anos. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1957, o imóvel passará por um restauro completo, que inclui a reconstituição de todos os seus materiais originais e a modernização de sistemas essenciais para seu funcionamento como espaço público e cultural.
Analisado e aprovado pela equipe técnica do Iphan, o projeto prevê a restauração das argamassas, esquadrias, sistema de drenagem e impermeabilização da cobertura, além da recuperação das instalações elétricas e hidráulicas, dos sanitários e da piscina central. A abordagem adotada segue rigorosos critérios técnicos de restauração, garantindo que cada elemento original seja mantido e preservado com o máximo de fidelidade.
Entre as melhorias previstas, destacam-se também a implantação de um elevador e de novos sanitários em uma torre localizada na fachada posterior do edifício. Discreta e cuidadosamente projetada, a estrutura não será visível a partir da rua ou da fachada principal, preservando a leitura estética e arquitetônica do palacete.
A necessidade da obra foi reforçada pelo avanço de alguns problemas ao longo dos anos, como infiltrações decorrentes da degradação das argamassas e da ineficiência do sistema de drenagem da cobertura. Essas falhas causaram uma série de danos, especialmente nas pinturas decorativas das paredes e forros, além das alvenarias ao redor da piscina.
A partir do dia 29 de maio, as visitas ao edifício serão suspensas, assim como o funcionamento do restaurante e das lojas. A área verde do Parque Lage seguirá aberta ao público. Para manter as atividades pedagógicas durante o período de obras, a Escola de Artes Visuais será transferida para o prédio das Cavalariças, que também passará por obras, que contemplam melhorias estruturais, reforma dos banheiros e adaptação de cinco novas salas de aula. Também serão instalados dois quiosques: um para lanches e outro para a loja de materiais artísticos.
Para a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patricia Wanzeller, a restauração do palacete fortalece a relação entre o patrimônio e a vida contemporânea. “Mais do que preservar um edifício histórico, esta intervenção reafirma o papel do patrimônio como parte ativa do cotidiano, presente na experiência de cariocas e turistas, e conectado com sua função cultural e educativa”, destaca.
No mesmo contexto, a arquiteta e técnica do Iphan, Márcia Franqueira, ressalta a relevância da obra para a cidade. "O restauro viabilizará a preservação de um bem tombado de grande valor para o Rio de Janeiro, em função de seus elementos arquitetônicos, valores históricos, artísticos e paisagísticos, envolto por um jardim histórico preservado, que se destaca como componente integrado à paisagem da Floresta da Tijuca", avalia.
Sobre o Parque Lage
Localizado no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro (RJ), o Parque Lage é um verdadeiro refúgio que une natureza, história e arte em seus mais de 52 hectares. Projetado em estilo europeu pelo paisagista inglês John Tyndale, o local foi residência do empresário Henrique Lage e da cantora lírica Gabriela Besanzoni.
O palacete central, que abriga a Escola de Artes Visuais (EAV), destaca-se pela sua piscina icônica e pela vista privilegiada do Cristo Redentor. Frequentemente utilizado para exposições, oficinas e eventos culturais, o espaço recebe visitantes que apreciam a arte e a beleza dos jardins e trilhas do parque.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Ana Carla Pereira – carla.pereira@iphan.gov.br
