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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Museu Nacional (RJ) oferece programação temporária aberta ao público
Foto: Divulgação/Museu Nacional
Após quase seis anos fechado, o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (RJ), passou a oferecer uma programação especial a partir de quarta-feira (2/7). Com visitas previstas até 31 de agosto, a iniciativa intitulada "Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional" permite que o público acesse três ambientes internos do Paço de São Cristóvão, sede do Museu, que segue em obras de reconstrução após o incêndio de 2018, responsável pela destruição de cerca de 85% do acervo.
Um dos destaques do circuito é a sala dedicada à história e à reconstrução do palácio, que revela os bastidores do trabalho de restauro, que está sendo acompanhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O espaço apresenta aspectos arquitetônicos e técnicas de conservação, além de acervos originais, como duas esculturas de mármore de Carrara, réplicas de ornamentos artísticos e uma série de imagens que documentam o cotidiano da obra.
Em outro ambiente, os visitantes encontram o meteorito Bendegó, uma pedra de cinco toneladas descoberta em 1784, no sertão da Bahia, que permaneceu intacta após o incêndio e se tornou símbolo da permanência do museu. Próximo a ele, estão obras do artista visual Gustavo Caboco, do povo indígena Wapichana, que estabelecem um diálogo entre memória, território e reconstrução.
O esqueleto de uma baleia cachalote, com 15,7 metros de comprimento, instalado no pátio da escadaria monumental, também é um ponto marcante. A peça foi afixada na claraboia do edifício após dois meses de preparação, que envolveram pintura, reposição de estruturas, consolidação óssea e um complexo processo de içamento e fixação.
Restauração em curso
O Iphan estabeleceu um grupo de trabalho específico para acompanhar de perto a reconstrução do Museu Nacional e contribuir com diretrizes técnicas. Para a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patricia Wanzeller, o desafio vai além da restauração.
“Precisamos devolver à sociedade um prédio histórico que manterá as marcas da tragédia, ressignificando o fato por meio da democratização do espaço, com acessibilidade plena e novas exposições”, concluiu a superintendente.
O projeto contempla a recuperação completa do conjunto arquitetônico e paisagístico do Paço de São Cristóvão, incluindo a reforma do prédio anexo e a criação do Jardim Norte, um novo jardim contemporâneo de 3.100 m², que se somará aos históricos Jardim das Princesas e Jardim Terraço, reforçando a presença monumental do museu na paisagem da Quinta da Boa Vista.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Ana Carla Pereira – carla.pereira@iphan.gov.br
