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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Memória ferroviária: seminário do Iphan no PR destaca legado dos Irmãos Rebouças
Foto: Acerco/Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se uniu ao Centro de Educação Ambiental e Preservação do Patrimônio (Ceapp) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para realizar o Seminário “Memória Ferroviária: os Irmãos Rebouças”, no último dia 13 (sexta-feira). O evento ocorreu no Auditório Eny Caldeira, no Campus Rebouças da UFPR, em Curitiba, e teve como objetivo promover um espaço de reflexão e celebração da memória ferroviária brasileira, com destaque no legado dos irmãos André e Antônio Rebouças.
A atividade teve a presença da Pró-reitoria de Cultura (PROEC), Andréa Berriel, da Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (PROAFE), Romilda Aparecida da Silva, da Diretora do Ceapp, Marília Torales, e da Superintendente do Iphan no Paraná, Fabiana Moro Martins. A programação contou com uma mesa-redonda composta por pesquisadores convidados, que abordaram a trajetória e a importância dos engenheiros André e Antônio, seguida por uma apresentação do Coral Negro de Curitiba, que homenageou a herança africana dos irmãos Rebouças.
Durante a mesa-redonda, uma das obras apresentadas foi o livro “Os Ilustres Irmãos Rebouças”, lançado em maio de 2023, viabilizado com recursos da Lei Rouanet e produzido pelas pesquisadoras Leticia Geraldi Ghesti, Leticia Ruoso Wehmuth e Nadezsda Dolci. Com um panorama histórico e social, ele conta a trajetória dos irmãos, exaltando as realizações técnicas e o engajamento social deles contra a escravidão e a discriminação social.Exemplares já foram distribuídos gratuitamente em escolas públicas, bibliotecas e entidades culturais, e o livro pode ser baixado em formato PDF no link: https://solardorosario.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Os_Ilustres_Irmaos_Reboucas_digital.pdf. Outra obra abordada foi "André Rebouças: um engenheiro do Império", do professor Alexandro Dantas Trindade, que foi escrita com base em sua tese de doutorado.
Segundo Fabiana, “o evento aproveitou a celebração de 186 anos do nascimento de Antônio Rebouças, em 13 de junho, para dialogar sobre o legado dos Irmãos Rebouças e a memória ferroviária na região, que inclusive deu nome ao bairro Rebouças. Novos encontros podem tratar da memória do samba e do futebol na cidade, que também tiveram seu berço na região da Vila Ferroviária, em Curitiba”.
O CEAPP ocupa parte do edifício Teixeira Soares, antiga sede da Rede Viária Paraná - Santa Catarina, posteriormente RFFSA, em Curitiba, valorado como patrimônio ferroviário pelo Iphan. O acordo de cooperação técnica entre Iphan e o CEAPP prevê atividades voltadas à educação patrimonial alinhadas às pesquisas desenvolvidas pelos professores e bolsistas do Centro.
Irmãos Rebouças
Os baianos André e Antônio estudaram na Europa, onde se especializaram em infraestrutura portuária e ferroviária, e foram os primeiros engenheiros negros do Brasil, tendo papel fundamental na construção de importantes obras ferroviárias e hidráulicas no país, especialmente no Rio de Janeiro, então capital, e no estado paranaense. Entre essas obras, estão a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá e a Estrada da Graciosa, além do primeiro sistema de abastecimento de água de Curitiba, cujo marco foi o primeiro chafariz público da cidade — localizado na Praça Zacarias.
A atuação dos irmãos foi fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Paraná, facilitando o fluxo da produção e incentivando a colonização. Filhos de Antônio Pereira Rebouças, advogado e ativista, os irmãos se destacaram, também, na luta contra o racismo e pela igualdade racial durante o período imperial brasileiro.
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