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PATRIMÔNIO CULTURAL NA LEI ROUANET
Lei Rouanet fomenta realização do Festival de Artes de São Cristóvão
Foto: acervo/Iphan
O Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), que acontece de 20 a 23 de novembro, em São Cristóvão (SE), chega à 40ª edição consolidado como um dos mais importantes eventos culturais do país. E, ao longo dessa história, a Lei Rouanet – mecanismo que permite a captação de recursos privados para projetos culturais por meio de renúncia fiscal – desempenhou um papel central na realização, profissionalização e expansão do festival, permitindo que ele siga acessível e comprometido com a valorização da cultura brasileira e sergipana.
Durante os quatro dias de festival, a cidade recebe mais visitantes, o comércio se fortalece, artistas locais conquistam visibilidade e o público se reconecta com a diversidade cultural da região. E, para a diretora-presidente da Fundação de Patrimônio e da Cultura “João Bebe Água” (Fumpac) e coordenadora do FASC, Paola Santana, isso se deve à política pública. “Graças à Rouanet, conseguimos captar os recursos necessários para estruturar o festival, ampliar a programação, garantir acesso gratuito ao público e manter a qualidade que o FASC precisa”, afirma.
Ela explica que a política pública permite planejar o festival com mais segurança e continuidade, o que é essencial para um festival dessa dimensão. "Sem isso, seria muito difícil manter o festival no nível alcançado, com impacto artístico, turístico e econômico para São Cristóvão e para todo o estado".
Apesar da importância da Lei Rouanet para o festival, um dos desafios permanece: o engajamento do empresariado sergipano, segundo Paola. Ela explica que muitas empresas ainda desconhecem o funcionamento do incentivo fiscal e, por isso, deixam de investir em cultura utilizando um mecanismo que traz benefícios concretos para suas marcas e para a sociedade. “As vantagens são muitas, e precisamos que as empresas de Sergipe se apropriem mais desse instrumento, porque ele é fundamental para fortalecer nossos projetos culturais, inclusive o próprio FASC. Ampliar esse entendimento no setor privado é um passo essencial para que o festival siga avançando e possa crescer ainda mais nos próximos anos”, conclui.
Além da Rouanet, a iniciativa é promovida pela Prefeitura de São Cristóvão, por meio da Fumpac e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (Escoa), em parceria com o Governo do Estado, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e Governo do Brasil.
Realizado em parte na Praça São Francisco, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1943 e reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2010, o FASC tem na dimensão patrimonial um de seus pilares. A escolha do local não é apenas simbólica, ela orienta o planejamento do festival e reforça o compromisso da gestão com a preservação do conjunto histórico.
De acordo com Paola, a ocupação da praça é pensada de forma a integrar cultura e conservação. “Realizar o FASC na Praça São Francisco é, antes de tudo, uma forma de manter o patrimônio vivo. A praça não é apenas um cenário, ela é parte essencial da identidade do FASC e da própria história da cidade. Quando planejamos o festival, o patrimônio está no centro das decisões: desde o cuidado com a montagem das estruturas até a escolha das atividades que dialogam com a memória, a arquitetura e a vida cultural do lugar”, destaca.
Esse trabalho de salvaguarda é acompanhado de perto pelo Iphan, responsável pela manutenção e conservação da Praça São Francisco. Toda e qualquer atividade no local passa necessariamente pela avaliação técnica do órgão, o que garante que o uso cultural seja compatível com a proteção do patrimônio. "A presença da Casa de Patrimônio do Iphan, instalada na própria praça, reforça essa integração: o espaço abriga ações educativas, atividades do festival e, neste ano, recebe também uma exposição. Assim, o FASC acontece em diálogo permanente com o instituto que preserva a cidade, somando celebração cultural e responsabilidade histórica", explica o superintendente do Iphan em Sergipe, Luiz Eduardo Oliva.
Festival de Artes de São Cristóvão (FASC)
Realizado desde 1972, é um dos mais antigos e relevantes encontros culturais do Brasil. Com programação gratuita e caráter multidisciplinar, reúne música, artes cênicas, artes visuais, literatura, cultura popular e ações formativas, ocupando espaços históricos da cidade. Ao longo de sua trajetória, consolidou-se como um marco na vida cultural de Sergipe, promovendo a circulação de artistas, fortalecendo a identidade local e aproximando o público do patrimônio de São Cristóvão.
Já passaram pelo festival grandes nomes da música e da literatura brasileira, como Jards Macalé, Jorge Amado, Ariano Suassuna, Waly Salomão, Sebastião Tapajós, Tunai, Carlos Lyra, Moreira da Silva, Nelson Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Arrigo Barnabé e Djalma Muniz de Brito. Parte significativa da produção cultural brasileira dos últimos cinquenta anos encontrou no festival um espaço de circulação, troca e experimentação.
A edição comemorativa deste ano apresenta uma programação que revisita a trajetória do festival e dialoga com as práticas culturais contemporâneas. O público encontrará diversidade artística, ações formativas, intervenções no espaço urbano e atividades distribuídas por diferentes equipamentos culturais. A proposta reforça a combinação entre continuidade, renovação e o papel do FASC na dinamização da vida cultural de São Cristóvão.
Serviço
40ª edição do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC)
Data: 20, 21, 22 e 23 de novembro
Local: Centro Histórico de São Cristóvão, Sergipe
Mais informações
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