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IPHAN NO NOVO PAC
Iphan repassa recursos para projeto de restauro da antiga Fábrica de Laticínios do Piauí
Fotos: Maria Cecília Veloso/Iphan
Uma das mais importantes edificações do sertão piauiense terá projeto de restauro financiado por recursos do Novo PAC. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) repassou, na última quarta-feira (16/4), R$ 220.000 para a Prefeitura de Campinas do Piauí realizar licitação para contratação e elaboração do projeto de revitalização da antiga Fábrica de Manteiga e Queijo, uma das primeiras grandes fábricas de laticínios do Nordeste, fundada no ano 1876.
A edificação é tombada pelo Iphan desde 2014, inscrita no livro do tombo histórico, sendo um raro exemplar da arquitetura industrial piauiense do século XIX, apresentando alguns elementos do estilo neoclássico, mescladas às características arquitetônicas decorrentes das condições históricas e geográficas do sertão do Piauí.
Para a superintendente do Iphan no Piauí, Teresinha de Jesus, ver a edificação restaurada é um desejo antigo , e a elaboração do projeto de restauro marca o pontapé inicial para a concretização desse sonho. “Primeiro vamos elaborar o projeto, através da licitação e contratação de um escritório especializado; os próximos passos serão a busca do recurso para de fato restaurar essa fábrica tão importante para o processo de industrialização do Piauí”, explica Teresinha.
Após o período áureo do beneficiamento do leite no estado, em meados da década de 1940, a Fábrica entrou em declínio e parou suas atividades definitivamente. Por muitos anos, serviu como igreja, escola e centro recreativo do município. A proposta do projeto de revitalização atribui ao imóvel um novo uso, desta vez, com atividades no campo cultural e turístico a, promovendo a inclusão social e ampliando o acesso à cultura para toda a região do semiárido e sertão piauiense.
A arquiteta do Iphan Maria Cecília Veloso, fiscal da projeto, ressalta que a edificação é parte do cotidiano local e, como imóvel histórico, desperta o imaginário popular, estabelecendo conexões entre passado e presente. “A Fábrica é um belo artefato remanescente da industrialização brasileira, que se mantém persistente na memória social da população pois foi - e continua sendo - um elemento participante da vida cotidiana, que estabelece uma constante conexão entre passado e o presente” afirmou.
Fábrica de Manteiga e Queijo de Campinas do Piauí
A Fábrica de Laticínios, ou Fábrica de Manteiga e Queijo de Campinas do Piauí, é o resultado do processo de industrialização e do desenvolvimento do sertão piauiense com a produção de manteiga e queijo, utilizando o leite vindo das Fazendas Nacionais do Piauí. Assim eram chamadas grandes extensões de terras que, na época do Brasil Colônia, foram doadas a proprietários privados, em seguida passando à Coroa Portuguesa, depois ao Império e à República, que terminou por arrendá-las ou vendê-las novamente.
Pioneira no ramo de laticínios do Nordeste e segunda do Brasil, a Fábrica de Laticínios consagrou-se como marco da industrialização nacional. Construída em 1897, foi a primeira edificação erguida na região denominada Campos, da fazenda Castelo, seguida pela vila operária em seu entorno para abrigar os trabalhadores da fábrica, dando origem ao núcleo que posteriormente seria elevado à cidade de Campinas do Piauí.
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