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ARQUEOLOGIA
Iphan participa de lançamento de projeto para salvaguarda de peças arqueológicas no centro de Macapá
Foto: Iphan
Na manhã desta terça-feira, 10 de junho, a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amapá acompanhou o lançamento do projeto “Salvaguarda da Memória do Macapá Hotel e da Residência Oficial do Governo do Amapá”, em Macapá (AP). A iniciativa do Governo do Estado e da universidade Federal do Amapá (Unifap) tem como objetivo preservar a memória, valorizar a cultura e dar novos significados aos espaços da capital do centro histórico da capital.
O projeto surgiu da necessidade de salvaguardar objetos arqueológicos encontrados durante as obras de requalificação da Casa do Governador, iniciadas em 2024. Após as reformas, local vai passar a se chamar Parque Residência. Construída pelo primeiro governador do território federal do Amapá, em meados do século 20, a Casa, que tem relevância histórica e carrega um profundo valor simbólico para a população amapaense, foi residência oficial dos governadores até 2010. Desde então, encontrava-se fechada.
Para Edivan Andrade, secretário de Ciência e Tecnologia do estado, “será uma entrega de um espaço museável, mas também de uma revitalização da orla da cidade, promovendo a preservação e modernização do patrimônio público”. Ele destaca, ainda, que o projeto “faz uma junção de atividades integradas: história, memória, economia criativa e inovação tecnológica para o desenvolvimento do estado”.
A região onde se encontra a antiga Casa do Governador e outros importantes logradouros da história amapaense, como a Praça do Barão e o Teatro Municipal – no centro de Macapá - é conhecida pela ocorrência sítios e vestígios arqueológicos, se estendendo ao longo de toda costa do Rio Amazonas, da capital do Estado até o município de Santana (AP).
Desde os anos 1950, sabe-se da existência de um sítio arqueológico de urnas indígenas na Praça do Barão. Por isso, em 10 de outubro de 2024, assim que o Iphan tomou conhecimento que a Casa do Governador passaria por reformas, informou ao Governo do Estado (responsável pelas obras) que a construção estava em local com potencial positivo para ocorrência de sítios arqueológicos. Assim, foi solicitada a realização de uma pesquisa arqueológica no local, conforme as normas de preservação do Iphan.
“O governo do estado se demonstrou muito cooperativo ao diálogo e buscou a regularização da obra junto ao Iphan. Eles contrataram uma equipe de arqueologia, que apresentou o projeto ao Instituto, que autorizou a pesquisa”, conta Michel Flores, superintendente do Iphan no Amapá. No Brasil, pesquisas em sítios arqueológicos só podem ser realizadas com autorização do Instituto e por profissionais legalmente habilitados.
Durante as pesquisas, foram encontradas moedas datadas dos séculos 17 e 18, período de fundação do município de Macapá. Esse acervo vai ser absorvido pelo projeto do Parque Residência e será colocado em exposição para o público após a conclusão dos estudos. “A cooperação entre o governo estadual e o Iphan mostra que uma aliança entre desenvolvimento e proteção do patrimônio cultural é possível” relata Michel. “Essa parceria ajuda a construir uma identidade do município para entender a história do estado e brasileira” conclui.
Encontrei um objeto antigo, o que fazer?
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Não remova ou desloque os artefatos do local onde foram encontrados. A posição original (contexto) dos objetos é fundamental para a pesquisa arqueológica. Tire fotos, se possível usando algum objeto (como um chinelo) ou mesmo sua mão ou pé para que se possa ter ideia do tamanho do achado!
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Se a descoberta ocorreu durante a execução de uma obra, ela deve ser suspensa imediatamente e o Iphan deve ser comunicado. Caso isso não seja seguido, a obra pode ser embargada para a regularização administrativa, além da possibilidade de existência de consequências legais conforme consta na Lei 3.924/61.
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Veja no GPS do seu telefone a localização exata de onde o objeto está! Caso não tenha celular ou nenhum dispositivo de coordenadas com você, preste atenção em elementos da paisagem – árvores, montanhas, estradas – para poder localizar o achado posteriormente.
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Informe sua descoberta para as autoridades! Você pode entrar em contato com a superintendência ou escritório técnico do Iphan mais próximos. Se você conseguiu tirar fotos e anotar a localização, compartilhe essas informações!
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Evite práticas ilegais: não comercialize, colete ou guarde objetos arqueológicos. A retirada e posse de bens arqueológicos sem autorização é crime.
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Não divulgue amplamente em redes sociais: a divulgação prematura pode atrair curiosos, saqueadores ou causar danos ao local
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br

