Iphan participa da 11ª Reunião da Governança Geral do Território Indígena Xingu

A convite da Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) marcou presença na 11ª Reunião da Governança Geral do Território Indígena Xingu, realizada entre os dias 21 e 23 de maio, no Polo Leonardo, região do Alto Xingu (MT). Com o objetivo de discutir e propor ações de gestão capazes de garantir a preservação e a salvaguarda do patrimônio cultural Xinguano, representantes do Iphan apresentaram o plano de trabalho do GT Xingu, grupo de trabalho formado por servidores do Instituto e representantes das comunidades indígenas xinguanas. Um dos escopos de atuação do GT Xingu é desenvolver diretrizes para a proteção e integridade do patrimônio material e imaterial desses povos a partir de consulta livre, prévia e informada aos detentores desses bens.

Estavam presentes na reunião o servidor do Iphan e coordenador do Grupo de Trabalho Xingu, Danilo Curado, a superintendente do Instituto em Mato Grosso, Ana Joaquina Cruz, o presidente da Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX), Ianakulá Kaiabi Suyá, além de outros representantes das duas instituições. Na ocasião, o Iphan entregou, ainda, o livro "As histórias de Kamukuwaká e Yekuwixeku", desenvolvido para as bibliotecas das comunidades indígenas, e o título de Referência Cultural Brasileira concedido às línguas Kalapalo, Kuikuro, Matipu e Nahukuá por suas inclusões no Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), voltado a produção de conhecimento e sobre as línguas faladas no Brasil.

Foto: Fernanda Araújo/Iphan

O coordenador do Grupo de Trabalho Xingu, Danilo Curado, ressaltou que o objetivo é construir um plano de trabalho de forma participativa com as comunidades indígenas para que elas possam opinar e modificar as ações a partir de seus interesses. “Entendemos que essa relação com a comunidade indígena é a maneira mais eficaz para o atingimento das políticas públicas e a proteção ao patrimônio cultural, incluindo aquele vinculado aos povos originários, base fundante do povo brasileiro”, disse.

De acordo com a superintendente do Instituto em Mato Grosso, Ana Joaquina Cruz, a reunião de governança visa debater o reconhecimento, a preservação e a gestão dos bens culturais xinguanos de maneira compartilhada.“É um oportunidade de ouvir a demanda dos povos originários e trabalhar por políticas que de fato garantam a preservação dos bens culturais que são importantes para a história, a memória e a cosmologia dessas comunidades”, disse

Plano de ações do Grupo de Trabalho do Patrimônio Cultural dos povos do Xingu

O documento que reúne as ações e diretrizes para preservação do Patrimônio Cultural dos povos do Xingu foi apresentado na 11ª Reunião da Governança Geral do Território Indígena Xingu e passará, ainda, pela aprovação do Grupo de Trabalho para sua efetivação integral. Dentre as ações, o caráter colaborativo e participativo será garantido em todas as etapas, com respeito ao protagonismo dos povos e ao princípio do consentimento livre, prévio e informado.

Equipe do Iphan presente na 11ª Reunião da Governança Geral do Território Indígena Xingu. Foto: Fernanda Araújo/Iphan

Em setembro de 2024, o Iphan esteve presente em Canarana (MT), em reunião na sede da Associação Terra Indígena do Xingu (ATIX), com o objetivo de explicar sobre a atuação do Instituto, além de dar continuidade à criação do Grupo de Trabalho. Em paralelo ao encontro, a equipe do Iphan, acompanhada pelos historiadores indígenas do Xingu, visitou a Gruta Sagrada de Kamukuwaká, Sítio Arqueológico tombado pelo Instituto, para discutir in loco as medidas para proteção deste bem.

Na ocasião, a convite da Associação Indígena Ulupuwene, do Alto Xingu-MT, e do People’s Palace Projects (PPP), centro de arte e pesquisa para justiça social e climática sediado na Universidade de QueenMary, em Londres, o Iphan participou da cerimônia de inauguração da réplica da Gruta Sagrada de Kamukuwaká. O evento histórico foi realizado no dia 3 de outubro, na Aldeia Ulupuwene, Terra Indígena Batovi, com a presença dos povos indígenas do Xingu e de outras regiões do Brasil, além de parceiros, autoridades e convidados especiais.

Já em abril de 2025, o Grupo de Trabalho foi lançado em Cuiabá (MT), durante reunião com representantes da ATIX, no Museu Rondon.

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