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Iphan lança Acervo Nosso Sagrado em parceria com a UniRio e lideranças religiosas
Foto: Oscar Liberal/Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e o Grupo de Gestão Compartilhada do Acervo Nosso Sagrado lançou nesta segunda-feira (31/03) o projeto “Acervo Nosso Sagrado: pesquisa, identificação, reconhecimento e gestão participativa de acervo religioso afro-brasileiro”. Trata-se de conjunto de 519 objetos sagrados de religiões de matriz africana, sendo, parte deles, tombados pelo Iphan. Esses itens, de grande significado para comunidades tradicionais, foram violentamente confiscados em ações policiais contra terreiros de Candomblé e Umbanda no Rio de Janeiro, entre 1890 e 1946.
O evento de lançamento foi realizado no campus da UniRio e reuniu representantes de diversas instituições do governo federal, membros do legislativo estadual e federal, acadêmicos e lideranças religiosas. Trata-se de um esforço de reparação histórica, no qual a pesquisa sobre o Acervo produzirá farto conhecimento sobre as peças e subsidiará a elaboração de um dossiê para que o Iphan promova a rerratificação do seu tombamento, realizado em1938.
A rerratificação consiste na revisão do tombamento, confirmando seu valor para tombamento, mas alterando o escopo do reconhecimento, por meio da ressignificação de seu valor e agregando novos valores atribuídos pelas comunidades que com ele se identificam.
A Coordenadora-Geral de Identificação e Reconhecimento do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Vanessa Pereira, destacou a importância da iniciativa. “Esse projeto será um marco na história institucional do Iphan, pois além de seu caráter eminentemente participativo, ele produzirá vasto conhecimento sobre a herança religiosa de matriz africana, podendo vir a se tornar uma referência para novas ações de preservação em todo o país”, frisou.
Em 2020, após uma mobilização liderada pela iyalorixá do Ilê Omolu Oxum, Mãe Meninazinha de Oxum, o acervo - antes denominado Coleção Museu da Magia Negra - foi transferido para o Museu da República, que também é parceiro na ação. Em março de 2023, atendendo ao pedido das lideranças religiosas, o nome da coleção foi oficialmente alterado pelo Iphan para Acervo Nosso Sagrado, tendo sido um dos primeiros atos do presidente Leandro Grass na presidência do Instituto.
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Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
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