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ARQUEOLOGIA
Iphan inicia programa de visitas técnicas a sítios arqueológicos no Brasil
Foto: CNA/Iphan
O Centro Nacional de Arqueologia (CNA), unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), deu início ao Programa de Visitas Técnicas em Sítios Arqueológicos, uma iniciativa que busca mapear e compartilhar boas práticas de preservação, gestão e socialização do patrimônio arqueológico brasileiro. A primeira missão aconteceu entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, região reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco e referência em arqueologia.
Durante uma semana intensiva de trabalho, três arqueólogas do CNA – Beijanizy Abadia, Francini Medeiros e Ana Leal – visitaram dez sítios arqueológicos, cinco instituições de pesquisa e museus, além de conversarem com comunidades locais e pesquisadores sobre experiências de gestão do patrimônio. O objetivo foi aprender com quem já desenvolve trabalhos reconhecidos na área para apresentar orientações a políticas públicas em todo o país.
"A Serra da Capivara é um laboratório vivo. Observar o território de perto nos ajuda a construir diretrizes mais sólidas e realistas para o patrimônio arqueológico brasileiro", destacou a coordenadora de preservação do CNA/Iphan, Ana Paula Leal.
Aprendendo com quem faz acontecer
A escolha da Serra da Capivara como ponto de partida não foi por acaso. A região abriga o maior conjunto de sítios pré-coloniais das Américas, com mais de 1.300 sítios arqueológicos cadastrados, pinturas rupestres de até 30 mil anos e evidências importantes da presença humana antiga no continente. Além disso, há décadas o parque desenvolve trabalhos pioneiros de conservação, pesquisa e turismo arqueológico, coordenados pela Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM).
Durante a missão, a equipe do CNA percorreu sítios de alta relevância científica, como Toca do Sítio do Meio, Fundo do Baixão da Pedra Furada, Toca do Vento e Toca do Salitre. O grupo também visitou o Museu da Natureza, o Museu do Homem Americano, o Laboratório da FUMDHAM, o Museu de Paleontologia Seu Pindoxo e o Sítio Arqueológico Lagoa São Vitor. No curso de Arqueologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), as arqueólogas ainda dialogaram com estudantes e professores sobre formação profissional e pesquisa na região. Outro destaque foi o encontro com comunidades e pesquisadores envolvidos em projetos selecionados pelo Edital Arqueologia Viva, programa do Iphan que apoia iniciativas de turismo arqueológico e gestão comunitária de sítios.
Próximos passos
A Serra da Capivara foi apenas o começo. O Programa de Visitas Técnicas será ampliado para outras regiões do país ao longo de 2026, contemplando diferentes biomas, tipos de sítios arqueológicos e experiências de gestão. A ideia é criar uma rede de conhecimento que conecte pesquisadores, gestores públicos, comunidades e instituições em torno da preservação e valorização do patrimônio brasileiro.
O relatório consolidado das atividades realizadas na Serra da Capivara servirá para orientar futuras ações, aprimorar metodologias e apoiar escolhas estratégicas para o fortalecimento da política arqueológica nacional. Os aprendizados dessa primeira missão já começam a subsidiar discussões sobre diretrizes para socializar sítios arqueológicos em diferentes contextos do país.
Para 2026, estão previstas visitas a sítios arqueológicos em Nova Olinda (CE), em Olho d'água do casado (AL), ao Parque Histórico São Miguel das Missões e sítios associados em Santo Ângelo (RS) e a Ilha do Campeche em Florianópolis (SC).
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Guilherme Gomes - guilherme.cardoso@iphan.gov.br
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