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IPHAN NO NOVO PAC
Iphan e Prefeitura de Diamantina assinam termo para restaurar Igreja do Carmo com recursos do Novo PAC
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Diamantina, uma das joias do barroco mineiro, será restaurada com investimentos de mais de R$ 8 milhões liberados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) via Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). A assinatura do Termo de Compromisso foi oficializada na sexta-feira (26), e marcou uma semana de intensa programação.
Participaram da cerimônia a superintendente do Iphan em Minas Gerais, Maria do Carmo Lara; o prefeito de Diamantina, Geferson Burgarelli; o padre Darlan Aparecido e o padre Júlio de Moraes, representando a Mitra Arquidiocesana; Davi Santana, Prior da Ordem Terceira do Carmo, além de representantes da comunidade local. A intervenção vai contemplar tanto a obra civil quanto a recuperação de bens móveis e integrados.
A igreja, erguida no século 18 e ligada à história de João Fernandes de Oliveira e Chica da Silva, é considerada um dos exemplares mais expressivos da arquitetura e da arte barroca mineira. Para Maria do Carmo, a iniciativa resulta de um esforço conjunto do Governo Federal e da Prefeitura. “A restauração da Igreja do Carmo é um marco para a cidade e para o patrimônio cultural brasileiro. É uma ação que assegura a preservação de uma joia arquitetônica que guarda parte da nossa história e da nossa identidade”, afirmou.
Missão em Minas
Entre os dias 24 e 27 de setembro, a superintendente de Minas Gerais e equipes técnicas do Iphan de Minas e de Brasília, e dos Escritórios Técnicos de Diamantina e do Serro participaram de eventos e visitas em Diamantina, no Serro e na comunidade de Palmeiras, Setubinha, no Vale do Jequitinhonha. A agenda incluiu acompanhamento de obras, reconhecimento de saberes tradicionais e diálogo com comunidades detentoras de bens culturais.
“As iniciativas evidenciaram a amplitude da atuação do Iphan em Minas Gerais e a importância da parceria entre instituições públicas e comunidades na preservação da memória coletiva”, resumiu Maria do Carmo.
A programação começou em Diamantina, na quarta-feira (24), com reunião com o executivo municipal seguida da abertura do Festival de História (fHist), que nesta edição comemorou os 20 anos da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A superintendente do Iphan no estado participou da mesa História, Patrimônio e Modernidade, onde destacou a relevância do encontro para o debate sobre memória e preservação em diálogo com a produção acadêmica. “Participar do fHist, em uma cidade que simboliza tanto a nossa história, é uma oportunidade de debater educação, cultura e a valorização das identidades locais”, disse.
Na quinta-feira (25), a equipe técnica do Iphan esteve em campo para vistoriar obras em andamento e empreendimentos em Diamantina- como o Antigo Hotel Roberto, a Casa da Cultura e a Antiga Intendência - e em fase preparatória de licitação como o Diamantina Tênis Club e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo. O acompanhamento integra o conjunto de ações do Novo PAC no município. Segundo Junno Marins da Matta, chefe do Escritório Técnico do Iphan em Diamantina, a visita contou com técnicos da Superintendência em Minas e de Brasília, que puderam aferir os avanços das obras em andamento e discutir os trâmites da nova licitação da Ação 156 — Restauração do Diamantina Tênis Club/Praça de Esportes, além da preparação para a assinatura do Termo de Compromisso da restauração da Igreja do Carmo. “Estamos muito satisfeitos com o desenvolvimento das ações do PAC em Diamantina, com ótima previsão de entregas logo no início de 2026”, destacou.
Ainda na quinta-feira, no Serro, o Iphan realizou a entrega dos certificados de registro do bem imaterial Saberes do Rosário: Reinados, Congadas e Congados. Reconhecida como patrimônio cultural brasileiro na 109º reunião do Conselho Consultivo do Iphan, em junho deste ano, o bem reúne um conjunto diverso e dinâmico de práticas devocionais, espirituais e comunitárias, ligadas à devoção a Nossa Senhora do Rosário e a santos negros como São Benedito e Santa Efigênia. O reconhecimento oficial destaca a importância da participação ativa das comunidades na salvaguarda dessas tradições, que unem espiritualidade, estética e identidade em celebrações de grande vitalidade cultural. No dia seguinte, foram vistoriadas as obras em andamento no Serro, dentre elas a da Matriz de Nossa Senhora da Conceição e da Igreja de Santa Rita.
Encerrando a agenda, no sábado (27), o Iphan participou do Fórum de Minas Gerais do Inventário das Bandas de Pífano, realizado em Palmeiras do Vale, no município de Setubinha, como parte da programação do 8º Encontro de Flautas do Jequitinhonha. A iniciativa reuniu mestres, pesquisadores e representantes de grupos tradicionais em uma tarde de escuta e de construção de propostas para a salvaguarda das Bandas de Pífano. A antropóloga do Iphan, Tainah Víctor Silva Leite, ressaltou que “tanto o fórum quanto este processo de registro das Bandas de Pífano contribuem para consolidar a atuação do Iphan em uma região estratégica e extremamente rica culturalmente que o é Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais”, afirmou.