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PATRIMÔNIO MATERIAL
Iphan e Escola de Belas Artes da UFBA restauram obras sacras na Bahia
Onze obras sacras dos séculos XVII e XVIII foram restauradas e entregues, no último dia 18 de maio, à Igreja Matriz de Nossa Senhora de Oliveira dos Campinhos, localizada no município de Santo Amaro (BA). A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED).
Conforme a museóloga e técnica do Iphan, Ana Teresa Soares, a ação vai além da conservação de acervos culturais móveis. “Abrange formação prática para estudantes da Escola de Belas Artes; capacitação de servidores do Iphan para a fiscalização de ações de conservação de bens culturais móveis e incremento de pesquisa aplicada”, detalha. Ela destacou ainda que a pesquisa aplicada gera dados para estudo das técnicas e escolas de Artes e Ofícios do Brasil Colonial e Imperial, e fornece informações sobre a procedência dos materiais utilizados nas obras, o que contribui para perícia das obras de arte e para o combate ao tráfico.
A ação integra um esforço iniciado com um acordo de cooperação técnica celebrado entre o Iphan e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), voltado à preservação dos acervos tombados de monumentos católicos. A partir de vistorias nesses acervos, identificaram-se bens em estado precário de conservação, motivando o estabelecimento da parceria com a UFBA para restaurá-los.
O projeto conta com uma equipe formada por cinco restauradores e dez bolsistas da Escola de Belas Artes. “O projeto foi pensado para ser desenvolvido em etapas, contemplando diferentes tipologias de bens e diversas regiões do estado, especialmente aquelas historicamente menos atendidas”, afirmou Ana Teresa Soares. Ela ressaltou que, dessa forma, contribui-se para estreitar a relação do Iphan com comunidades mais afastadas dos centros de decisões políticas.
As atividades de conservação tiveram início em março de 2024. Os primeiros conjuntos restaurados foram devolvidos à Chapada Diamantina entre janeiro e abril de 2025. No momento, quatro esculturas seguem em tratamento no Laboratório de Conservação da Casa dos Sete Candeeiros, em Salvador.
As intervenções contemplaram diagnósticos completos e ações como limpeza, consolidação, fixação de estratos, reforços estruturais, imunização e tratamento de camadas pictóricas e douramentos. Um dos destaques é o conjunto processional da Paixão de Cristo, de grande valor artístico e simbólico, que tem papel central nas celebrações da Semana Santa, preservadas com zelo pela comunidade local.
Como forma de reconhecimento ao trabalho de restauração, a Paróquia de Nossa Senhora da Oliveira criou um Museu de Arte Sacra em suas dependências, oferecendo melhores condições de guarda e visitação ao público. A inauguração integrou as comemorações pelo Dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de maio, e contou com a participação da equipe do Iphan e do projeto.
Além da restauração, a equipe segue orientando as comunidades beneficiadas quanto a práticas de conservação preventiva, segurança do acervo e captação de recursos, reforçando o compromisso do Iphan com a preservação do patrimônio cultural brasileiro e o fortalecimento do vínculo entre os bens e seus detentores.
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