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ARQUEOLOGIA
Encontro sobre arqueologia e arte rupestre destaca riqueza do patrimônio tocantinense
A preservação e a valorização do patrimônio arqueológico do estado do Tocantins foi tema de evento realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na última terça-feira (25). Organizada pela superintendência do Instituto no estado, a iniciativa reuniu especialistas, pesquisadores e representantes de diversas instituições.
A programação contou com a palestra “Arqueologia no Tocantins: retrospectiva”, ministrada pelo arqueólogo do Iphan, Rômulo Macedo Barreto de Negreiros. Em sua apresentação, o pesquisador fez um resgate da trajetória das pesquisas arqueológicas na região, abordando a identificação e o cadastro de sítios arqueológicos, além da caracterização da arte rupestre encontrada no estado. Também foram discutidas as dinâmicas de ocupação do território tocantinense ao longo dos últimos doze mil anos, evidenciando a presença de diferentes grupos socioeconômicos.
“As pesquisas arqueológicas nos mostram que a ocupação humana da área que hoje corresponde ao Tocantins teve início há mais de dez mil anos, e que diferentes grupos culturais conviveram e se sucederam no tempo. A grande diversidade de técnicas e estilos observados na arte rupestre tocantinense exemplifica esse processo”, explicou Rômulo.
O arqueólogo também apresentou dados sobre o crescimento das pesquisas na região. De acordo com ele, em mais de três décadas, o número de locais catalogados no Tocantins chegou a dois mil, sendo que apenas em Palmas, mais de duzentos sítios arqueológicos já foram identificados. “Existem sítios arqueológicos na capital e em municípios como Peixe e Lajeado, além da Ilha dos Martírios e do vale do rio Tocantins. Mais recentemente, encontramos arte rupestre no Jalapão”, relatou.
O evento contou ainda com a presença do Procurador-Geral de Justiça do Tocantins, Abel Andrade Leal Júnior, do coordenador do Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público (Caopp), Dr. Vinícius de Oliveira Silva, além de representantes do Ministério da Cultura (MinC), da Secretaria de Cultura do Estado do Tocantins, da Secretaria de Povos Originários e Comunidades Tradicionais, da Secretaria Estadual de Turismo, da Fundação Cultural de Palmas e do Conselho Estadual de Políticas Culturais. Também estiveram presentes membros da reitoria do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), das pró-reitorias de extensão da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e da Universidade Federal do Tocantins (UFT), além de representantes do Sebrae, pesquisadores, associações culturais e integrantes do trade turístico, o conjunto de equipamentos da estrutura constituinte do produto turístico local.
Para a superintendente do Iphan no Tocantins, Cejane Pacini, ações como essa são fundamentais para ampliar o conhecimento da sociedade sobre a riqueza do patrimônio arqueológico do estado. "Esses encontros fortalecem a rede de proteção ao patrimônio cultural, estimulam projetos integrados de preservação e promovem a difusão do conhecimento nas escolas e na economia da cultura", ressaltou Pacini.
O impacto positivo da iniciativa foi reforçado por participantes como Maria das Graças, diretora da Casa de Memória de Lajeado, que destacou a importância do evento para a construção da identidade cultural do Tocantins. "Foi uma oportunidade de conhecermos mais sobre nossa história e sobre os sítios arqueológicos, um tema que deve ser trabalhado na educação patrimonial", afirmou. Maria Elza, ceramista e moradora de Lajeado, compartilhou seu entusiasmo ao ver a crescente valorização da arte rupestre. "Há 20 anos, quase não se falava sobre os sítios arqueológicos do Tocantins. Hoje, há um interesse maior, e as pessoas querem conhecer esses locais", destacou.