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MÊS DO PATRIMÔNIO
Educação patrimonial, música e cultura afro-brasileira marcam o “Mês do Patrimônio” no RJ
Foto: Oscar Liberal/Iphan
Entre os dias 11 e 15 de agosto, a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro promoveu uma programação gratuita e aberta ao público, como parte da agenda nacional do “Mês do Patrimônio - Participação Social, Territórios e Sustentabilidade”. Com a participação de artistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil, o evento reuniu debates, oficinas, exibição de filme, exposição de cordelistas e apresentações que destacaram a diversidade cultural do país e a importância de preservar o patrimônio brasileiro.
A programação começou com um mergulho em novas formas de aprendizado. Na mesa “Jogos para uma Educação Patrimonial”, representantes do Maloca Games - iniciativa que desenvolve jogos de tabuleiro sobre cultura brasileira - e do Experimente Cultura - projeto que utiliza tecnologia e metodologias interativas para aproximar crianças do patrimônio - mostraram como recursos lúdicos podem transformar a relação das crianças com a história. A proposta ganhou vida em uma oficina prática, na qual alunos da rede municipal exploraram museus históricos por meio de óculos de realidade virtual.
No segundo dia, a música ganhou destaque com a exibição do filme “Choro” e uma mesa de debate dedicada ao gênero, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. O encontro reuniu músicos e pesquisadores, que ressaltaram a força dessa tradição e sua permanência no cenário musical brasileiro. O dia terminou em clima festivo, com uma roda de Choro conduzida pelo grupo Caras & Coroas.
A programação também destacou a valorização da cultura afro-brasileira. Na quarta-feira (13), o carnavalesco Milton Cunha e representantes da Beija-Flor de Nilópolis participaram de um debate sobre a escolha do Bembé do Mercado – maior candomblé de rua do mundo – como enredo da escola de samba para o Carnaval 2026.
“Levar o reconhecimento do Bembé do Mercado como Patrimônio Cultural para a avenida é celebrar o Iphan na Sapucaí. Falar desse assunto é valorizar tanto o material quanto o imaterial, e é deslumbrante pensar que o imaginário de um povo também faz parte do patrimônio”, afirmou Cunha. O dia contou, ainda, com oficina do Afoxé Filhos de Gandhi e uma apresentação da bateria da Beija-Flor.
A presença feminina nas tradições populares também teve destaque. Pesquisadoras e detentoras do saber cultural das Matrizes Tradicionais do Forró discutiram o papel das mulheres no Forró e na Literatura de Cordel, em uma mesa que abriu espaço para relatos e experiências. A programação contou com oficinas de Cordel para estudantes e de Forró voltada ao público adulto, encerrando com o Projeto Mulher Forrozeira, que celebrou a força feminina na cultura popular.
O último dia contou com uma mesa de debate sobre os oito anos do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial, reconhecido pela Unesco, com a participação de jornalistas, representantes do Instituto Pretos Novos e do Afoxé Filhos de Gandhi, mediados por Eliel Moura, da Fundação Cultural Palmares. O público também conferiu a exposição de bonecas e oficinas de Jongo do Quilombo São José da Serra, em Valença (RJ). A programação incluiu, ainda, a homenagem a seis agentes públicos e instituições, por meio da iniciativa “Amigos do Patrimônio”, e foi encerrada com uma roda de Jongo.
Para a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patricia Wanzeller, a semana fortaleceu a relação entre comunidade e patrimônio. “Nossa intenção foi aproximar a sociedade dos bens culturais que moldam a identidade brasileira. Conseguimos reunir diversas manifestações em uma programação que destacou a importância do patrimônio material e imaterial para as próximas gerações”, concluiu a superintendente.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Ana Carla Pereira – carla.pereira@iphan.gov.br

