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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Após oficina no Iphan, Carta do Patrimônio parte para sistematização final
Foto: Acervo/Iphan
A oficina “Carta do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas”, realizada nos dias 7 e 8 de julho, no Auditório Heloísa Alberto Torres, na Sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF), marcou um avanço significativo na construção de um documento estratégico que orientará políticas públicas e ações de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Realizado pelo Comitê de Mudanças Climáticas e Patrimônio do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos Brasil) e pelo Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (Icom Brasil), com apoio do Iphan, do Ibram e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o evento contou com ampla e diversa participação social. Nos dois dias de programação, ocorreu apresentação de ações e projetos relacionados à agenda do patrimônio cultural e mudanças climáticas por representantes de diversas instituições nacionais e internacionais, além de debates e discussões sobre o conteúdo da Carta.
O processo de construção da Carta se deu a partir de uma abordagem coletiva e participativa do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, que realizou escutas junto a representantes de comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas, pescadores artesanais, marisqueiras, coletivos culturais, gestores públicos e instituições acadêmicas de diversas regiões e biomas do Brasil. O Ciclo de Diálogos é promovido desde 2023 pelo Departamento de Articulação, Fomento e Educação do Iphan (Dafe/Iphan) em parceria com o Icomos Brasil.
“Essa é uma das agendas que melhor sintetiza o espírito colaborativo do nosso ministério, do nosso sistema MinC, na medida que coloca várias secretarias, várias áreas trabalhando juntas e é nesse sentido também que a gente quer expressar para fora como deve ser a política pública”, apontou o presidente do Iphan, Leandro Grass, durante a mesa de abertura da oficina.
A Carta consolidará princípios norteadores, a identificação de desafios e impactos das mudanças climáticas sobre os bens culturais e suas comunidades nos principais biomas brasileiros, recomendações de diretrizes para ação e compromissos, além de indicadores e metas para o monitoramento de ação climática no âmbito do patrimônio cultural. Para Grass, a Carta não é mais que um documento. “A ideia é que ela possa ser uma referência, um marco para orientar não só ações do Governo Federal, mas também dos municípios, dos estados e da própria sociedade civil, entendendo que a cultura é parte da economia verde”, disse.
Fernanda Castro, presidenta do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), também participou da abertura da oficina e ressaltou que o produto traz um conjunto de propostas para ação que são muito importantes. “Espero que possamos transformar em ação efetiva, em colaboração com outros ministérios e em conjunto com a sociedade brasileira e internacional, para a gente reverter essa situação que não é só do clima. É de justiça social, é de transformação social e é uma questão de nós conseguirmos manter o mundo existindo, porque o mundo já passou por tanta coisa e quem está ameaçado de extinção, agora, é a gente”.
Segundo a secretária do Comitê de Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos Brasil, Luana Campos, o encerramento das atividades foi um momento emocionante, após a longa caminhada de oficinas de construção e de muitas participações, com questionamentos de pontos, conceitos e com atenção especial à coerência do documento. “Nós tivemos uma participação muito interessante. As contribuições deixaram o documento mais redondo, mais conciso, mais coerente”, relatou. Ao fim do evento, foi realizada a leitura da proposta atualizada.
Com a finalização das escutas, a Carta passará pela sua sistematização final para ser oficialmente lançada e iniciar a coleta de assinaturas. “Espero que, daqui pra frente, a gente possa ter frutos desse trabalho, possa também plantar outras sementes, porque o futuro que nos espera é muito incerto. Esse é um traço da nossa realidade atual. É uma era de incertezas, de imprevisibilidade. Não é uma mudança de época. É uma época de mudanças e a gente precisa estar o tempo todo atento para poder responder a isso com seriedade, responsabilidade e, acima de tudo, com sustentabilidade”, afirmou Grass.
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